Ainda que a sua presença na iconografia do festival se tenha dissipado nos últimos anos, a vaca será o eterno símbolo do Vilar de Mouros.
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Vemo-la nas camisolas antigas que se passeiam com orgulho pelo certame. Vemo-la sempre que revisitamos cartazes até meados dos anos 2010. Vemo-la também agora num outro local: lado a lado das grandes tendas beges em bico que se aglomeram à entrada do campismo.
Estamos no “glamping” da Domo Camp e, além das comodidades aqui oferecidas, há um serviço que não é anunciado, mas que nos parece o cartão de visita (e de identidade) perfeito para o certame – há melhor do que, por quatro noites, trocar o estridente despertador do telemóvel pela sonoridade harmoniosa de um mugido?
Vilar de Mouros tem o aliado perfeito no seu parceiro de “dormida de conforto”, como descreve Nuno Lacerda, responsável por esta empresa de “glamping” que tem marcado presença em diversos festivais portugueses. Aqui adormece-se a ouvir rock (pelo menos se nos formos deitar antes dos “afters” que se seguem ao último artista) e acorda-se com um grupo de vacas e bois a tomar o pequeno-almoço no pasto. Parece-nos o cartão de visita perfeito.
Estrutura completa
Mas há muito mais para conhecer neste espaço de conforto, lazer e partilha. Pelo menos há uma garantia: o cansaço de tralhas e bagagens fica diminuído. Em todas as tendas – que podem albergar entre 2 a 5 pessoas – há uma estrutura de cama feita de cartão (muito mais resistente do que soa), um colchão, roupa de cama, tapete, candeeiro, mini-frigorifico, charriot, ventoinha. A descrição poderia continuar e ainda assim não faria jus à experiência vivida.
E o que é a experiência vivida? Para aqueles que já acamparam, pode dizer-se que dormir num colchão confortável sabe a casa. Ainda que a Domo Camp não associe a sua oferta ao luxo, é garantidamente uma aposta no conforto. No que toca à higiene, há chuveiros e casas de banho suficientes para que ninguém tenha de esperar.
A apostar num ramo que tem vindo a crescer de forma acentuada desde o levantamento das restrições da covid-19, a Domo Camp tem procurado evoluir a infraestrutura. Uma das mais recentes novidades – e uma aposta certeira num festival em que a maioria das tendas glamping fica debilitada na hora do sol no seu pico – é a zona de lazer e descanso. Perto da entrada, numa área ampla e que se abre à brisa vinda do rio Coura, um toldo sombreia diversos sofás, mesas e cadeiras. Durante os quatro dias do festival não faltaram, de tarde, à noite, de madrugada ou de manhã cedo, utilizadores assíduos deste espaço que, além de conforto, oferece a oportunidade de partilhar o momento com outros.
Segurança é chave de ouro
Se dúvidas restarem sobre o “glamping” ser a aposta ganha para as colunas que já não aguentam o campismo, podemos ainda referir a segurança. Com vigilância permanente e cadeado em cada uma das tendas, não há qualquer sensação de fragilidade.
Ao JN, o empresário Nuno Lacerda explica que o cliente da Domo Camp é eclético. Há amigos, casais sem filhos, famílias numerosas, viajantes a solo, novos, velhos. “É interessante perceber que esta é uma experiência que cativa todos e todas". Quanto a nacionalidades, fora os festivaleiros nacionais, no caso de Vilar de Mouros, há uma outra que se destaca: os espanhóis representam atualmente cerca de um terço dos clientes.