"Nunca pude ir a festivais com amigos, porque os meus pais eram muitos rígidos", contou Isabel Magalhães, de 42 anos, que finalmente pôde cumprir o seu desejo de conhecer um destes eventos, agora na companhia dos filhos.
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"Quero que eles tenham a oportunidade que eu não tive." O mais novo, Pedro, com apenas 13 anos, estava radiante por acampar com a mãe. Já Diogo, com 17 anos, mostrou-se mais interessado por outras matérias, nomeadamente as escuteiras que se encontravam na tenda vizinha. A enfermeira de Lamego, que confessou estar a precisar de férias, considera que esta experiência a ajudou a integrar-se no mundo dos filhos, sendo também uma forma de aproximar a família.
Toda a dinâmica do festival lhe pareceu positiva, com inúmeros passatempos e atividades a acontecerem no recinto. Só lamentou a falta de civismo de alguns, traduzida na rápida degradação dos chuveiros e das bancas da cozinha. Com um ar algo nostálgico, revelou ainda a vontade de poder vir a fazer isto com os seus amigos.
Perspetiva um pouco diferente tem Marta Rocha, de 38 anos, que viajou da Amadora para o Sudoeste também com dois filhos, Nádia, de 17, e Eduardo, com apenas oito. Para ela já não se trata de uma estreia, uma vez que tinha estado no festival em 1998 acompanhada por amigos. "Mas com os miúdos é muito mais especial". Apesar disso, reconheceu que a música de agora não lhe diz grande coisa. "Quando vim cá em 98 havia bandas a sério. Agora é uma coisa um bocado de plástico. Mas se eles gostam..."
Noutros aspetos, porém, o festival evoluiu no melhor sentido. "As condições do camping são muito melhores". E o facto de haver um sítio onde tomam conta das crianças (o espaço Santa Casa) favorece a vinda de mais famílias. "No primeiro dia que deixei lá o Eduardo ele era o único miúdo. Tinha oito monitores por conta dele. Nos dias seguintes foram aparecendo cada vez mais."
Contas feitas, ambas as mães mostraram vontade de repetir a experiência.