O projecto "Voids" (2010) do ateliê dos arquitectos portugueses Manuel e Francisco Aires Mateus, sobre a relação entre espaço e contexto, encontra-se em lugar de destaque na exposição internacional de arquitectura da Bienal de Veneza.
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Com 16 maquetas de oito casas apresentadas numa estrutura branca que os visitantes podem atravessar, o projecto dos arquitectos portugueses é um dos 25 reunidos no Palazzo delle Esposizioni, nos Giardini, uma das áreas expositivas da Bienal, que domingo abre ao público na cidade italiana.
Hoje, sábado, dia em que a organização do evento deverá revelar os premiados com os Leões de Ouro e Prata, milhares de visitantes - criadores e profissionais da área - circulam pelas exposições principais, também distribuídas pelo Arsenal, onde se encontra a maioria das representações nacionais, num total de 51 países.
Portugal está representado com a exposição "No Place Like - 4 houses 4 films", com projectos dos arquitectos Álvaro Siza Vieira, a dupla Aires Mateus, João Luís Carrilho da Graça e Ricardo Bak Gordon, instalada na Universidade Ca´Foscari, num espaço exterior da bienal, em Veneza.
Os arquitectos Aires Mateus foram os únicos portugueses que foram convidados pela comissária-geral da exposição, a arquitecta japonesa Kazuyo Sejima, a participar na exposição internacional de arquitectura sob o título "People Meet in Arquitecture" (As pessoas encontram-se na Arquitectura) que dá o mote a toda a bienal.
"O lugar onde se encontra o nosso projecto é excelente", disse hoje à Lusa Manuel Aires Mateus, de visita ao palácio onde se encontram os 25 projectos de todo o mundo.
"Foi muito generoso da parte da comissária colocar-nos mesmo no centro das instalações. É gratificante porque foi Sejima que escolheu o espaço para cada projecto da exposição", salientou.
O arquitecto referiu ainda que a Bienal de Arquitectura de Veneza deste ano destaca-se por ser liderada por uma comissária "que é muito respeitada por todos os arquitectos, e acresce que recebeu este ano o Prémio Pritzker", o maior galardão mundial para a área.
Sobre o projecto, Manuel Aires Mateus explicou que o atelier "preferiu não se afastar da ideia de arquitectura".
"Achámos que devemos respeitar o nosso campo de trabalho, mas não o queríamos fazer de forma banal", observou.
Nesta exposição internacional é possível encontrar projectos criados por arquitectos de Espanha, Alemanha, Reino Unido, Japão, Venezuela, Itália, África do Sul, entre outros países.
A meio da tarde de hoje, realiza-se nos Giardini a cerimónia da entrega dos Leão de Ouro atribuídos pelo júri à melhor participação nacional e para o melhor projecto na exposição internacional, bem como um Leão de Prata para o melhor jovem arquitecto da mesma mostra.
A 12.ª Exposição Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza abre ao público em geral no domingo e mantém-se até 21 de Novembro de 2010 com um programa paralelo de actividades culturais, conferências e debates.