Os atores João Jesus e José Mata partilhavam a paixão pelo Benfica, a par do amor pela cultura e pelo cinema com o realizador António-Pedro Vasconcelos, que morreu na passada noite, aos 84 anos. Nas redes sociais, multiplicam-se os louvores ao galardoado cineasta.
Corpo do artigo
O país despertou com a notícia da morte do realizador António-Pedro Vasconcelos, deixando em choque quem com ele trabalhou, como os atores João Jesus e João Mata, que não tardaram a prestar a justa homenagem através das redes sociais.
“Ia ligar-lhe hoje para irmos à bola amanhã e, de repente, tudo muda e somos confrontados com esta notícia que nunca devia ter aparecido”, escreve João Jesus, na legenda de uma fotografia dos dois no Estádio da Luz. Sublinha que “António-Pedro Vasconcelos respirava cinema e amor”.
“De si guardo a sabedoria de um mestre. Que saudades vou ter de o ouvir falar sobre cinema e sobre o que ainda falta fazer. E, claro, sobre o glorioso. Descanse em paz. Até já”, acrescenta, transmitindo força à filha do cineasta, a diretora de casting Patrícia Vasconcelos, e restante família.
Com uma imagem captada durante a rodagem do galardoado filme “Amor Impossível”, que protagonizou com Victoria Guerra, José Mata presta tributo a “um nome incontornável da nossa Cultura, do nosso cinema”, sem esquecer o amor pela vida, a sétima arte, bem pelo Benfica, pelo qual também torce.
O ator recorda “a forma tão especial de contar histórias como ninguém, à mesa de um restaurante qualquer ou na rodagem de um filme”. “Felicidade a minha por nos termos cruzado. Obrigado por tanto”, destaca, comungando um sentimento comum a quem se entregou a uma personagem sob a orientação de António-Pedro Vasconcelos, que parte a poucos dias de somar mais um aniversário.
Marcelo recorda defensor do "cinema de grande público"
O Presidente da República recordou o cineasta António-Pedro Vasconcelos como "defensor e praticante do cinema de grande público", assim como pela sua intervenção cívica e política, que marcou o espaço público português.
"Na sequência de 'O Lugar do Morto' (1984), à época o maior sucesso de bilheteira nacional, António-Pedro Vasconcelos viria a destacar-se como defensor e praticante de um cinema de grande público, projeto que nunca abandonou e que se tornaria uma polémica recorrente, pois dizia respeito tanto aos modos de financiamento como às próprias ideias de cinema e de público", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Numa nota publicada no site da Presidência da República, o chefe de Estado recordou que "a partir de finais dos anos 1960, António-Pedro Vasconcelos foi um dos críticos e cineastas que prolongaram a esperança num cinema novo português, desalinhado do regime e alinhado com o cinema europeu".