Fontes próximas do cantor dizem que Michael Jackson reagiu mal a uma injecção para as dores. O advogado confirmou o uso de medicamentos e comparou o caso à morte de Anne Nicole-Smith, vítima de “overdose” de medicamentos. A Polícia revistou e isolou a casa do cantor.
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A autópsia ao corpo de Michael Jackson, que morreu, esta quinta-feira, alegadamente vítima de paragem cardíaca, já terminou.
Segundo o site TMZ, o médico Lakshmanan Sathyavagiswaran conduziu o exame. É um médico já conhecido dos americanos, pois foi testemunha no julgamento de OJ Simpson.
Segundo o gabinete do médico legista, só este exame pericial não vai servir para esclarecer a morte, cada vez mais suspeita, de Michael Jackson. "Vamos proceder a exames toxicológicos e a uma exame rigoroso e intensivo. Os resultados poderão estar disponíveis dentro de seis a oito semanas", disse Ed Winter, porta-voz do Instituto Médico Legal de Los Angeles.
Injecção para as dores terá sido fatal
O jornal “The Sun” revela que assessores de Jackson terão dito aos médicos de serviço de emergência do Hospital Universitário de Los Angeles que o cantor entrou em colapso após uma injecção para as dores, depois de um ensaio para os concertos de Londres. “Pouco depois de tomar Demerol, começou a respirar lentamente e com dificuldades”, conta o tablóide britânico, citando uma fonte próxima do artista. “Começou a respirar cada vez mais lentamente, até que parou”, acrescentou.
Segundo o site TMZ, especializado em notícias sobre celebridades e o primeiro a avançar, quinta-feira, com a morte de Jackson, o médico que vivia com o artista esteve desaparecido mas já está em Los Angeles, e comunicou estar pronto a prestar declarações à polícia. Supõe-se que esse clínico estaria com o cantor quanto este se sentiu mal e necessitou de assistência.
O homem, identificado como Conrad Robert Murray, um cardiologista licenciado para exercer nos estados do Texas e do Nevada, viveria na casa de Michael Jackson. Ainda na noite da morte do cantor, polícia rebocou, da casa de Jackson, um BMW cinzento, alegadamente pertença do médico que terá dado a injecção ao artista, pouco antes de este entrar em colapso, revela o site TMZ.
Família estava preocupada com a morfina
O "Daily Telegraph", citando fontes não especificadas próximas da família, diz que os familiares estavam preocupados com a quantidade, crescente, de morfina que Michael Jackson estava a tomar. O cantor estaria a tomar uma injecção por dia de "Demerol", medicamente alegadamente injectado ao cantor pouco antes da morte, é um poderoso analgésico, produzido à base de um sintéctico de morfina.
Revelações que entroncam na polémica lançada pelas declarações, à CNN, de Brian Oxman, advogado da família Jackson. “O uso de medicamentos estava a interferir com a vida dele. As lesões que sofreu ao actuar, nomeadamente a vértebra partida e a perna partida numa queda do palco, estavam a atrapalhar”, argumentou.
“Não quero apontar o dedo a ninguém porque quero esperar pelo relatório de toxicologia e ouvir o que o médico legista tem para dizer, mas é um facto que Michael Jackson tinha receitas para medicamentos à disposição sempre que queria”, disse o advogado Brian Oxman, ao programa da CBS "The Early Show". “Já tinha avisado toda a gente que isto um dia poderia acontecer, que o Michael Jackson um dia poderia acordar morto, o que é uma forma estranha de dizer as coisas...”
"As pessoas que o acompanhavam permitiram-lhe ter acesso (a medicamentos). Se pensam que houve abusos no caso de Anne Nicole Smith, isso não é nada ao lado de que vimos na vida de Michael Jackson", acrescentou.
A antiga estrela e manequim da Playboy morreu em 2007, aos 39 anos, após uma "overdose" de medicamentos. Dois médicos e o advogado de Anne Nicole Smith são acusados, na Califórnia, por lhe terem dado, indevidamente, acesso a medicamentos.
"Não conheço a quantidade dos medicamentos que tomava, mas o que percebi pela família é que era significativa", acrescentou Oxman, referindo-se à morte, aos 50 anos, daquele que era conhecido como o "rei da Pop".
Detectives do Departamento de Roubo e Homicídios da Polícia de Los Angeles revistaram a casa de “Jacko” em Holmby Hills, a pedido do chefe William Bratton. Uma “operação de rotina”, especificaram fontes policiais, citadas pela Agência Reuters, que agora pode conduzir a algo mais.
Amigo "culpa" o stresse dos concertos
A morte "do rei da Pop" aconteceu quando o cantor treinava intensamente para o regresso aos palcos, este Verão, em Londres, com 50 concertos, o primeiro a 13 de Julho.
No fim de Maio, os organizadores anunciaram que o lançamento da série de concertos foi adiado alguns dias em Julho, assegurando contudo que esse facto não tinha "nada a ver" com o estado de saúde da estrela. No entanto
"Penso que o stress, a ansiedade e a paixão que mostrava, querendo fazer do seu regresso um êxito, o venceram (...) Talvez o stress o tenha morto, é o que penso", disse Uri Geller. Em declarações à BBC, o animador israelita, famoso pela sua aparente facilidade em torcer colheres perante as câmaras, utilizando apenas a força da mente, disse estar “destruído” pela morte de Jackson.
"Tento ainda guardar uma fraca esperança de que não seja verdade. É demasiado irreal para mim assimilar que Michael já não está connosco", acrescentou Uri Geller, que teve Jackson como testemunha quando renovou os votos de casamento, em 2001.
Morte não surpreende antigo porta-voz
Um antigo porta-voz de Jackson, Michael Levine, afirmou "não estar surpreendido" pela morte do cantor. "Devo confessar que não fiquei surpreendido pela notícia trágica de hoje", indicou numa mensagem de correio electrónico.
"O Michael seguiu um caminho incrivelmente difícil e muitas vezes de autodestruição. O seu talento era indiscutível mas o seu desconforto relativamente às regras deste Mundo também o era. Um ser humano não pode suportar tal nível de stress", acrescentou.