Grupo Amigos do Convento quer levar cultura a conjunto monástico na freguesia de Real, em Braga.
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As memórias do casamento na Igreja de São Francisco de Real, em Braga, serviram como fonte de inspiração para o bracarense Pedro Campos avançar com o projeto Amigos do Convento, que pretende levar cultura àquele templo, mas também ao Mausoléu de São Frutuoso e ao Convento de São Francisco, que vai ser reabilitado pelo Município de Braga. Com a pandemia, a mobilização da sociedade começou nas redes sociais e já são quase dois milhares aqueles que seguem, no Facebook, as partilhas deste coletivo que pode vir a formar uma associação.
"Queremos mostrar todo o tipo de arte. Por exemplo, cinema, música, exposições, fotografia. Queremos tudo o que eleve o espírito das pessoas através da cultura", resume Pedro Campos, enquanto vislumbra parte do Convento de São Francisco através da janela de casa. Há uma ligação afetiva ao conjunto monástico que não esconde e, com isso, uma vontade de chamar a comunidade para "divulgar o património" e colocá-lo no roteiro turístico, em parceria com o Município de Braga, a Universidade do Minho (UMinho), a paróquia de Real e a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que estarão envolvidos na gestão da atividade.
O projeto de reabilitação prevê que o convento do século XVI seja aberto à visitação, com um circuito que inclui os dois primeiros pisos, além do mausoléu - monumento nacional desde 1944 -, a igreja e a sacristia, que têm como bens classificados um cadeiral seiscentista e um relicário. No terceiro piso será instalado um Centro de Documentação nos domínios da arqueologia, arquitetura e história. Vai, ainda, acolher uma biblioteca especializada e o núcleo de apoio ao convento por parte da unidade de Arqueologia da UMinho, que assegurará o serviço educativo e a produção atualizada de conteúdos para complementar o circuito de visita.
Para a sociedade
Pedro Campos já reuniu com os vários responsáveis, à exceção da DRCN, para divulgar a ideia dos Amigos do Convento. O bracarense acredita que "em articulação com todas as entidades, a comunidade também deve ter a oportunidade de dar vida àquele conjunto monástico".
Para transferir os seguidores das redes sociais para o terreno, Pedro Campos prevê desenvolver iniciativas que envolvam a sociedade, "como angariação de fundos para obras de arte". Também já delineou uma proposta preliminar de estatutos para o caso de o projeto ganhar dimensão e ter força para virar uma associação cultural. "Quero abrir caminho para outros. O convento é pequeno, mas foi muito influente e espero que continue a ser", conclui.