Pianista volta às “Variações Goldberg”, de Bach, 32 anos depois. É hoje e amanhã, ao vivo, no Porto.
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“Havia três hipóteses quando me lancei a este desafio de voltar a gravar as “Variações Goldberg”: ficar melhor, ficar pior ou ficar parecido. O pesadelo era ficar parecido. Significaria que não tinha acrescentado nada”. Felizmente, não foi o caso: 32 anos depois, Pedro Burmester regressou à obra magistral de J. S. Bach e logrou resultados bem distintos. A prova será dada ao vivo, hoje e amanhã, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto.
Quando arriscou pela primeira vez interpretar a obra de 1741, levado pela “ousadia da juventude”, Burmester inspirou-se noutro jovem ousado, o pianista Glenn Gould, que em 1955, aos 23 anos, atacou também as famosas variações, num gesto que o tornou célebre. “A descoberta do seu pensamento, até mais do que a audição das suas interpretações, foi determinante para eu decidir explorar a peça de Bach” , diz Burmester.
