A partir de agora, todas as cenas de sexo em séries do canal HBO terão de passar por "coordenadores de intimidade", de forma a evitar desconforto por parte dos atores.
Corpo do artigo
Durante as gravações da série "The Deuce", focada na indústria pornográfica dos anos 1970 em Nova Iorque, a atriz Emily Meade teve de gravar uma cena de sexo oral. Nunca o havia feito antes em frente das câmaras e, apesar de dar vida a uma "porn star", sentia-se desconfortável. A parte reconfortante de tudo isto? É que, pela primeira vez na sua carreira, sentia-se protegida.
Isto porque, meses antes, e na senda do movimento "Me Too", Meade encheu o peito de coragem e fez algumas reivindicações aos responsáveis do canal HBO, entre as quais a exigência de que alguém estivesse presente na gravação das suas cenas de sexo para a ajudar e proteger de qualquer ataque à sua integridade física ou psicológica.
Os "manda-chuvas" aceitaram o pedido da atriz e, depois de contactarem a organização sem fins lucrativos Intimacy Directors International, trouxeram Alicia Rodis, coordenadora de intimidade, até aos bastidores de "The Deuce".
A partir de agora, a HBO - responsável por êxitos televisivos como "A Guerra dos Tronos" ou "Westworld" - decidiu adotar essa política para todas as suas produções. Significa isto que nenhuma cena de sexo acontecerá sem a presença de "coordenadores de intimidade". Alicia Rodis, em particular, não se limita a tapar os genitais dos atores. Fá-los sentir num ambiente profissional, protegido, ajudando-os inclusive a pensar na movimentação adequada para cada cena.
"Ela percebe como pode ajudar-nos a coreografar as cenas, de forma a fazê-las parecer mais reais do que são. Se estivermos sozinhos a pensar sobre elas, acabamos por fazer apenas aquilo que fazemos na vida real. E isso é um problema se não quisermos sentir-nos como na vida real", explica Emily Meade à "Rolling Stone".