"Aqui não há pokémons", podia ler-se num cartão colado a uma das tendas montadas no parque de campismo do Festival Sudoeste.
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E, de facto, imaginam-se coisas bem mais interessantes para fazer até domingo na Herdade da Casa Branca, local onde se realiza, desde 1997, o maior evento musical a sul de Lisboa. Desde os concertos, o cinema ao ar livre, as aulas de dança da Academia Jazzy (que se instalou no parque por estes dias), a praia, os passeios e tudo aquilo que passe pelas mentes dos jovens que invadiram a Zambujeira do Mar, não faltarão motivos para "aumentar" a realidade sem a intervenção dos monstrinhos da Nintendo.
Esta quarta-feira foi dia de chegada ao Sudoeste. E apesar de haver muita gente que se instalou já no sábado, em busca dos melhores lugares para montar a tenda, a verdadeira multidão só chegou no dia dos primeiros concertos no Palco Meo, por onde passaram vários projetos filiados à EDM (DVBBS e Yellow Claw foram os nomes mais salientes).
Ao final da tarde, foi frequente assistir-se à despedida, mais ou menos emocionada, de pais e de filhos. Davam-se as últimas recomendações, faziam-se a últimas promessas: "Não vou consumir nada, mãe", garantia Maria Sil, de 15 anos, à progenitora, que a acompanhava até à porta do recinto. Cláudia Sil parecia descansada, mas foi avisando que ia "ficar de férias pelo perímetro".
O campismo do Sudoeste é como uma cidade de lona, a que não faltam sequer artérias com nomes de músicos portugueses - Travessa Virgul ou Rua Jimmy P são duas referências para quem se movimenta naquela metrópole.
Há cozinha coletiva, área de restauração, zona de lavar a louça, filas imensas para o chuveiro, um corrupio incessante de pessoas que durante cinco dias vão habitar o Sudoeste como se fosse a sua casa. Uma casa barulhenta, com certeza. Mas a que será difícil dizer adeus quando chegar a hora de abalar.