Paredes de Coura recebe três concertos de jazz durante este fim de semana. Ciclo de Polinização tem extensão ao Porto. Casa da Música acolhe a oficina Locomotiva.
Corpo do artigo
O Ciclo de Polinização de Paredes de Coura - projeto de música que vai estender-se até outubro - prossegue este fim de semana com três dias exclusivamente dedicados ao jazz. Noutras semanas, o palco será dado à música tradicional e à música clássica.
Ao JN, Nuno Alves, programador deste evento reprodutor, explica que o ciclo tem como objetivo central promover o turismo local e atrair novos públicos. "Paredes de Coura já é bem conhecida pelos seus festivais, mas está muito ligada ao rock. A missão, aqui, é "polinizar", ou seja, fertilizar, outros estilos de música e atrair novas pessoas com outros interesses".
Além dos concertos, esta iniciativa do Município de Paredes de Coura, em parceria com a Associação Cultural LANDRA e a Associação Porta-Jazz, cobre outras atividades lúdicas ligadas às artes e à natureza.
"Não é um programa concentrado apenas em dois ou três dias, como a maioria dos festivais. É um projeto que se estende ao longo dos meses. Dessa forma, podemos criar mais atividades e cativar mais pessoas".
Este fim de semana, o Largo Visconde de Mozelos está pronto para receber um conjunto de concertos dos artistas mais relevantes da cena jazzística portuguesa.
provocar linguagens
Marcos Cavaleiro (n. 1980) sobe ao palco hoje, às 19 horas, para apresentar ao vivo o seu primeiro disco em nome próprio, "Sete". Neste álbum, o membro da Orquestra Jazz de Matosinhos está acompanhado por músicos como João Guimarães e José Pedro Coelho nos saxofones, André Fernandes na guitarra, João Grilo na eletrónica e o norte-americano Thomas Morgan no contrabaixo. Tal como o nome indica, o trabalho é composto por sete temas com diferentes registos e sonoridades, que simbolizam a relação de Marcos Cavaleiro, também professor de bateria, com os sete dias da semana.
Amanhã, às 22 horas, é a vez de João Mortágua (n. 1987) apresentar "Dentro da janela", disco de 2019 que arrecadou, entre outros prémios, o galardão de Melhor Álbum Jazz nos Prémios Play da Música Portuguesa. O saxofonista e compositor e improvisador "invoca a paz no Mundo" na companhia de José Pedro Coelho, Miguel Moreira, José Carlos Barbosa e José Marrucho.
Os pLoo atuam este domingo, às 18 horas, num concerto que deverá debruçar-se sobre "Pele de papel", o segundo disco do coletivo do baterista Paulo Costa, que conta ainda com Diogo Dinis, Eurico Costa, Daniel Dias e João Mortágua.
Como se percebe, alguns músicos, como João Mortágua, Eurico Costa ou José Pedro Coelho, integram vários projetos. E Nuno Alves explica a razão: "A nossa lógica de programação é ter formações que demonstram que com os mesmos músicos e os mesmos instrumentos podem existir linguagens diferentes. Ou seja, a ideia é, também, proporcionar aos artistas a oportunidade de divulgarem o que podem fazer em vários formatos".
Ainda durante o fim de semana, o programa terá uma extensão ao Porto. Às 10.30 horas de sábado e domingo, a Casa da Música recebe a Locomotiva, uma oficina assegurada pela Porta-Jazz, com tutoria de André B. Silva, um dos músicos mais requisitados do jazz nacional, criador dos projetos musicais The Rite of Trio e The Guit Kune Do, e de Paulo Costa, líder dos pLoo.
"Estas oficinas estão a funcionar como um projeto-piloto para a criação de uma dinâmica de ensino de jazz em Paredes de Coura, direcionada para os músicos em geral, mas também para os alunos de ensino articulado", revela Nuno Alves.