Anne Teresa de Keersmaeker, Peeping Tom, WimVandekeybus e Sidi Larbi Cherkaoui. Quatro coreógrafos belgas de peso reforçam programação de dança. Criações da Mala Voadora, Hotel Europa, Martim Pedroso, Teatro Experimental do Porto e Palmilha Dentada entre as estreias aguardadas no teatro neste ano.
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A programação de dança e teatro prevista para este ano nos equipamentos e nos festivais nacionais não permite distrações sobre o calendário. Desde logo, quatro criadores belgas de referência, quase todos repetentes em Portugal, regressam com criações novas.
A abrir, a coreógrafa e bailarina belga Anne Teresa De Keersmaeker, que criou duas peças a partir da música de Bach: "Suites para violoncelo" estará na Fundação Gulbenkian já este fim de semana, e o solo "De Keersmaeker", em março, na Culturgest, ambas em Lisboa.
A 11.ª edição do GUIdance, Festival Internacional de Dança Contemporânea, que decorre de 3 a 12 de fevereiro, em Guimarães, volta a trazer uma das suas companhias mais acarinhadas: Peeping Tom, fundada por Gabriela Carrizo e Franck Chartier, já passou várias vezes pelo Centro Cultural Vila Flor (CCVF), onde apresentou os dois primeiros capítulos da trilogia dedicada à família ("Vader" e "Moeder"). Agora, apresenta a terceira parte, "Kind". É no dia 5, no CCVF. Em português, "Pai", "Mãe" e "Filho".
O coreógrafo belga Wim Vandekeybus fecha o GUIdance com "Hands do not touch your precious me", acompanhado pelo performer e artista visual Olivier de Sagazan, conhecido pelo trabalho de transfiguração.
O quarto criador belga a passar por Portugal em 2022 - este, em estreia absoluta - é o coreógrafo de origem marroquina Sidi Larbi Cherkaoui. Em março, a criação "Fall" será interpretada por 29 bailarinos da Companhia Nacional de Bailado (CNB), em Lisboa.
Dose tripla de ménard
Em fevereiro, o Teatro Municipal do Porto (TMP) coloca o foco na performer e coreógrafa francesa Phia Ménard, de quem apresenta três espetáculos: "Saison sèche", "L'après-midi d'un foehn - Versão 1" e "Contes immoraux - Maison mère".
Em abril, o Dias da Dança (DDD) arranca com "Pantera", de Clara Andermatt e João Lucas, sobre o músico cabo-verdiano Orlando Barreto. Ao festival regressam a coreógrafa americana Meg Stuart, que traz "Cascade", sete bailarinos a tentarem resistir à flecha do tempo, e o francês Boris Charmatz. Desta vez, aquele que é considerado um dos mais influentes coreógrafos da atualidade apresentará a ainda fresca "Somnole", peça estreada em setembro na Ópera de Lille. Em junho, "Deste Mundo e do outro", criação de Olga Roriz para a CNB, estreia no Teatro Camões, no âmbito das comemorações do centenário de Saramago.
Pasolini por Nuno M.
No teatro, as estreias arrancam com "12 efeitos de luz", da Palmilha Dentada, no Rivoli (12 a 23 janeiro). "Não", obra do italiano Giacomo Scalisi sobre o escritor Afonso Cruz, estará no LU.CA, em Lisboa (13 a 26 janeiro). A companhia Hotel Europa apresenta, em fevereiro, na Culturgest, "Amores de Leste", o outro lado da Cortina de Ferro.
Em março, a Mala Voadora estreia "Cornucópia", no TMP, e o Teatro Experimental do Porto estreia "A estética da resistência", no Teatro Carlos Alberto. Em abril, Nuno M. Cardoso volta à encenação com "Orgia", de Pasolini, na Culturgest. Em maio, "5, 6, 7, 8 and One", obra de Martim Pedroso sobre Marlyn Ortiz, coreógrafa de Madonna e Spears, passa por Lisboa e Porto.
O Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica regressa de 10 a 22 de maio. Em julho será a vez do Festival de Teatro de Almada.