A iniciativa Corpo+Cidade, produzida pelo Balleteatro e integrada em parceria no Festival DDD, teve esta tarde de sábado as suas primeiras apresentações.
Corpo do artigo
O ciclo pensado para o espaço público tem conseguido congregar todos os anos, espetáculos bastante diferentes. Neste ano pandémico, para evitar aglomerações, as performances foram filmadas nas diferentes cidades, mas serão todas apresentadas online, no YouTube e Facebook do DDD e do Balleteatro.
As seis performances, apresentadas em formato "double bill", são gratuitas. Na inauguração, "Objeto-dança", de Isabel Barros, Max Oliveira, Pedro Carvalho e Cláudia Marisa, reflete sobre a existência da cidade sem o corpo, partido da ideia de que o espaço público é um espaço de representação e performance em tudo similar a uma sala de espetáculos. Os quatro experientes intérpretes dançaram na Praça D. João I, no Porto, ao som de DJ Godzi, assumindo as suas linguagens coreográficas distintas, quer nos breves momentos de solo quer quando se entregam a intricados e lúdicos jogos coreográficos. A verticalidade de Pedro Carvalho, a vivacidade de Cláudia Marisa, as acrobacias de Max Oliveira e a fluidez de Isabel Barros têm um harmonioso resultado, num vídeo muito bem conseguido.
A segunda estreia deste sábado foi "Índigo (a cor entre o céu e o mar)", de Ana Renata Polónia e Marta Ramos, filmada na marginal de Matosinhos. Um exercício de abstração sobre fronteiras e limites conduzido por dois corpos. Uma de vermelho e outra de azul, como um ponto negativo e outro positivo, as intérpretes vão tirando medidas e desenhando pontos e linhas oblíquas no chão a giz. Do ponto de vista teórico pode ser interessante, mas fica pela intenção dado na prática não existir dança neste projeto. As próximas apresentações acontecerão na segunda-feira.