Mário Cláudio partilha 60 anos de um diário marcado por um desassombro pouco comum. "Diário incontínuo" revela a manifesta antipatia do escritor por José Saramago.
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São mais de 60 anos de vida(s), entre os anos de 1958 e 2019, revisitados através dos escritos de natureza íntima. Às já (re)conhecidas dimensões de ficcionista, poeta, dramaturgo ou cronista, Mário Cláudio acrescenta-nos agora a de diarista.
Fá-lo com um desassombro que está longe de ser o dominante num meio literário, como o português, onde as inconfidências raras vezes são plasmadas em letra de forma, perdendo-se antes de forma irremediável nos habituais ‘mentideros’ e manifestações similares da má-língua.