"Braga En’Cena" é promovido pelo município bracarense pelo segundo ano consecutivo. Projeto financiou oito peças inéditas de associações locais.
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Podendo aplicar a expressão “um homem não se mede aos palmos” a algo abstrato, provavelmente encaixará que nem uma luva à dimensão de uma companhia de teatro. Não se mede um grupo de teatro pelo seu amadorismo. Estamos em cima do palco do Theatro Circo, em Braga, a cerca de seis horas da estreia de uma peça. A azáfama de tarefas de última hora, as conversas cruzadas, o telemóvel que não para de tocar, as perguntas de última hora. Pouco do que aqui se passa é prenúncio do profissionalismo deste grupo. Podia ser uma companhia internacional de grande prestígio. Podia ser uma das grandes produções nacionais. Nada mais é do que a CEA – Cooperativa de Ensino Artístico, uma das oito associações locais a estrear uma peça no Braga En’Cena.
Há um detalhe denunciador da dimensão desta companhia: o cirandar em roda viva de Sónia Sousa, diretora artística da CEA. Foi Sónia que escreveu. Foi Sónia que encenou. Foi Sónia que, em longas noites de trabalho, deu vida a parte do cenário. É Sónia que comanda o ensaio, que coordena todas as partes envolvidas, que dialoga com os técnicos de som e luz da sala. É Sónia que põe todos em sentido. O que uma Sónia faz aqui, além do seu trabalho como professora, numa companhia de grande dimensão, seria trabalho para cinco ou seis profissionais.