"Eça e Os Maias - Tudo o que tenho no saco" vai batizar uma exposição organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) em colaboração com a Fundação Eça de Queiroz.
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O nome da exposição é inspirado numa missiva que Eça de Queiroz em 1881 enviou ao seu amigo Ramalho Ortigão contando que tinha "o romance praticamente pronto". Decidira fazer "não só um "romance", mas um romance em que pusesse tudo o que tenho no saco".
Cento e trinta anos depois da publicação de Os Maias, a Fundação Gulbenkian abre a porta para que se possa ver tudo o que Eça trazia no saco. "Os Maias serão o eixo central da mostra, mas à sua volta, hão de gravitar outras obras do autor", explica fonte da FCG.
Fotografia, pintura, escultura, música e filmes, caricaturas, cartas, crónicas, peças do espólio pessoal de Eça de Queiroz guardadas na Casa de Tormes, propriedade da Fundação Eça de Queiroz, em Baião e nunca antes mostradas em Lisboa, como é o caso da secretária pessoal onde Eça escrevia, de pé, e a cabaia chinesa que lhe foi oferecida pelo Conde de Arnoso.
A mostra com entrada livre estará patente de 30 de novembro a 18 de fevereiro, na Galeria do Piso Inferior do Edifício Sede da Gulbenkian, na Avenida de Berna.
"Eça e Os Maias - Tudo o que tenho no saco" contará com um programa complementar pela projeção de três filmes no Auditório 3: Amor & Companhia, de Helvécio Ratton, a 3 dezembro, Singularidades de uma rapariga loura, de Manoel de Oliveira, seguido de conversa, no dia 28 janeiro e Os Maias, de João Botelho, no dia 16 fevereiro.
A mostra revelará muitas outras peças que remetem para a geografia física e ficcional daquele que falava de si dizendo ser "apenas um pobre homem da Póvoa de Varzim".