FBI lança caça ao homicida de Charlie Kirk, ativista conservador que defendia o livre porte de armas
As autoridades norte-americanas anunciaram, esta quita-feira, que recuperaram uma espingarda de "alta potência" e que têm vídeos do suspeito foragido, que baleou mortalmente Charlie Kirk, o ativista político de 31 anos, conhecido defensor da agenda conservadora e trumpista.
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As autoridades reconheceram que o atirador continua foragido após ter escapado para uma área florestal. "Estamos a fazer tudo o que podemos para encontrá-lo e ainda não temos certeza de quão longe foi, mas faremos o nosso melhor", disse o agente especial do FBI Robert Bohls.
As imagens do suspeito do assassinato de Charlie Kirk foram divulgadas pelo FBI nas redes sociais. Posteriormente, numa nova publicação, as autoridades norte-americanas deram conta de uma recompensa de 100 mil dólares (cerca de 85 mil euros) a quem partilhar "informações que levem à identificação e à detenção do suspeito".
Segundo as autoridades, o tiro terá vindo de um telhado e que as câmaras registaram um suspeito com "roupas escuras". Essa pessoa saiu rapidamente do local, segundo as imagens. As forças policiais locais e o FBI organizaram uma ampla operação em Orem, a pequena cidade onde ocorreu o ataque.
Figura de destaque no movimento conservador dos EUA, a quem são atribuídos créditos por ter galvanizado o voto jovem para Trump nas últimas eleições, Charlie Kirk popularizou-se por participar em palestras e debates em que discutia acirradamente com jovens com quem mantinha divergências ideológicas. Promotor de teorias da conspiração e de supremacia branca, com posições regressivas face a temas como o aborto, imigração e direitos da comunidade LGBTQIA+, respondia à segunda questão da plateia quando foi atacado.
"A pessoa com quem estava a debater perguntou se ele sabia quantos tiroteios em massa envolveram um atirador transgénero, ao que Kirk respondeu. Depois, perguntou quantos tiroteios em massa ocorreram no total nos últimos dois anos, penso eu. E nessa altura, antes que pudesse responder, ouvimos um tiro e vimos o pescoço de Charlie Kirk virar para o lado. Havia sangue, imediatamente, muito sangue", descreveu ao "The Guardian" uma repórter de um jornal local.
O FBI divulgou imagem do suspeito do homicídio
Milhares de tributos
A morte de Kirk, também defensor do livre porte de armas de fogo, dividiu ainda mais as bancadas de um país em que até a morte parece virar espetáculo. Enquanto alguns dos seus alvos e críticos nas redes sociais apontam que o ativista morreu pela lei da espada que defendia, a família republicana está de luto. Donald Trump, de quem a vítima era apoiante, descreveu o falecimento do "grande e lendário" Charlie Kirk como "um dia sombrio para a América" e culpou a retórica da "esquerda radical" por causar violência política. E o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, prestou tributo a um homem "fascinado por ideias e sempre disposto a aprender e mudar as suas". As várias vigílias e homenagens que se somaram por todo o país, juntaram hoje largos milhares de pessoas, que, como Trump, veem agora em Kirk um "mártir da verdade e da liberdade".
Defensor da agenda conservadora e do livre porte de armas
Co-fundador e diretor da organização conservadora Turning Point USA, Charlie Kirk posicionou-se, nos últimos anos, como um porta-voz da causa MAGA ("Make America Great Again") entre os jovens, levando a agenda conservadora a escolas e universidades, e apoiando fervorosamente o presidente Donald Trump, que considerava o "guarda-costas da civilização ocidental". Alvo de ódios e paixões, Charlie Kirk construiu carreira com ataques à comunidade LGBTQIA+, a pessoas negras e a muçulmanos nos EUA, argumentando assertivamente contra o que considerava ser a "doutrinação liberal" nas escolas, com críticas efusivas a temas como imigração, identidade de género, aborto, políticas sociais e direitos humanos. Defendia que o aborto era "pior do que o Holocausto" por permitir "o massacre de bebés sob o pretexto da saúde reprodutiva das mulheres", negava o direito à existência do povo da Palestina e promovia o direito ao porte de armas. Em abril de 2023, Charlie Kirk, que deixa mulher e dois filhos, defendeu que as mortes provocadas por armas de fogo eram um preço a pagar para garantir a Segunda Emenda da Constituição dos EUA - que protege o direito da população de garantir a legítima defesa através do porte de armas ou outro qualquer equipamento.