Três dias de concertos arrancam esta sexta-feira, envolvendo mais de 80 músicos portugueses e estrangeiros.
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Depois de uma edição atípica no verão de 2021, desenrolada ao ar livre nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, a 12.ª edição do Festival Porta-Jazz surge revista e aumentada. A partir desta sexta-feira e até domingo 6, o Teatro Rivoli, também na Invicta, verá desfilar nos seus vários espaços 17 concertos, envolvendo mais 80 músicos portugueses e estrangeiros.
Numa programação estruturada por blocos (num total de sete), o arranque acontece pelas 21.30 horas desta sexta. No Grande Auditório, o cantor António Linhares vai revelar o álbum "Suspenso", um registo trazido pelo Carimbo Porta-Jazz, o braço editorial da associação que organiza este festival. Uma aliança que está longe de ser única no programa do evento: Coreto, o coletivo de 12 músicos que também se apresenta nesta noite, lançou em setembro último por esta etiqueta o álbum "A tribo". Tal como nos derradeiros blocos de sábado 5 e domingo 6, a noite de sexta desagua no Café Rivoli, com jam sessions levadas a cabo por estudantes da ESMAE, Jobra e Conservatório de Música do Porto.
Sábado 5, o bloco das 16 horas traz a cantora Vera Morais ao lado do saxofonista Hristo Goleminov, bem como o Ensemble Robalo/Porta-Jazz, duas associações que apresentarão os frutos de uma residência artística. Pelas 18.15 horas, o Bloco 3 avança com Joana Raquel (voz) e Miguel Meirinhos (piano), autores do álbum "Ninhos", numa prestação em quarteto; e o trio Puzzle, responsáveis por mais um trabalho recente, "D". A partir das 21.30 horas, o bloco noturno dá palco ao quinteto do contrabaixista Demian Cabaud, autor de "Otro cielo", lançado em março de 2021; e a uma repetição do concerto desenhado "Sombras da imperfeição", revelado há dois anos no Guimarães Jazz, em que o artista plástico Jas pinta em tempo real a partir dos sons do piano de Hugo Raro.
O resultado de mais uma residência artística, desta vez da AMR, associação sediada em Genebra, abre o Festival Porta-Jazz no domingo 6, pelas 16 horas, antes de o trio WIZ (com o saxofonista português de exceção José Pedro Coelho, o guitarrista francês Wilfried Wilde e o baterista espanhol Iago Fernández) mostrar o álbum homónimo. E continua-se a navegar pelo Mundo: às 18.15 horas, no Bloco 6, estreia-se uma encomenda feita ao saxofonista e vocalista Daniel Sousa, português residente em Copenhaga, que apresenta o resultado do desafio a bordo de um septeto; e também se escutará Miguel Ãngelo Quarteto, autores de mais uma obra editada em 2021 pelo Carimbo Porta-Jazz, "Dança dos desastrados". O Bloco 7, que fecha o festival, tem o projeto Nest, em que o baterista austríaco Alfred Vogel lidera um quinteto multinacional; e o teclista e compositor brasileiro António Loureiro, de notado percurso internacional (integra, por exemplo, uma formação do guitarrista americano Kurt Rosenwinkel), e que no Rivoli se vai juntar a cinco músicos portugueses: André Fernandes (guitarra), João Mortágua (saxofone), Gil Silva (trombone), José Carlos Barbosa (contrabaixo) e Diogo Alexandre (bateria).