Ao fim de 118 dias, a greve dos atores e em Hollywood chegou ao fim, com o acordo provisório de três anos firmado pelo sindicato e os grandes estúdios. Contrato versa aumento salarial e proteção contra IA, além de compensação por visualizações no streaming.
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O SAG-AFTRA, sindicato que representa dezenas de milhares de atores nos EUA, chegou na quarta-feira a acordo com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP). Um final celebrado pelos profissionais que anseiam por voltar à ação em projetos que ficaram suspensos ou nem chegaram a arrancar devido à paralisação, que se iniciou em junho.
Avaliado em mais de mil milhão de dólares (quase 935 milhões de euros), o contrato de três anos inclui aumentos nos salários mínimos e um novo bónus pago pelos serviços de streaming, além de proteção conta inteligência artificial (IA), adiantou o SAG-AFTRA. O acordo prevê um aumento de quase 8% do salário mínimo relativamente ao anterior. É menos do que os atores desejavam, mas é o mais expressivo em muitas décadas e ficou acima do alcançado pelos guionistas. Um dos principais pontos de divergência era a proteção no que concerne à IA, o que também sai acautelado, pois os atores temem que as respetivas imagem e vozes sejam clonadas sem o seu consentimento. Cerca de quatro meses depois, foi ainda acertada uma compensação para os protagonistas de séries ou filmes com muitas visualizações nas plataformas de streaming. Foi a primeira vez que atores e argumentistas entraram em greve simultaneamente desde 1960. Analistas calculam que Hollywood acumulou perdas de 6,5 mil milhões de dólares com a paralisação, sobretudo devido à perda de salários. O conteúdo exato do acordo ainda não foi revelado, mas o sindicato prometeu que “mais detalhes serão divulgados” esta sexta-feira. De resto, a “greve histórica” terminou oficialmente na manhã de quinta-feira. Em comunicado, o SAG-AFTRA assumiu uma vitória sem precedentes, pois foram atingidos os objetivos definidos no início do movimento conjunto com Sindicato dos Argumentistas (WGA). Segundo a nota, o contrato “permite que os membros do SAG-AFTRA de todas as categorias construam carreiras sustentáveis. Muitos milhares de artistas, agora e no futuro, serão beneficiados por este trabalho”. Nas redes sociais, a presidente, Fran Drescher ( que o público conhece da série televisiva “The Nanny”, e o diretor-executivo, Duncan Crabtee- Ireland, assumiram-se “prontos para mudar o futuro” com que denominam “contrato transformador que inclui ganhos” para todos os associados.