A exposição "José de Almada Negreiros. Uma maneira de ser moderno" encerra na segunda-feira e centenas de pessoas não quiseram perder a oportunidade de conhecer melhor a obra deste artista português, mesmo que para isso tenha sido necessário esperar quase duas horas.
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Este domingo à tarde, a fila para entrar na galeria principal, no edifício principal da Gulbenkian - a exposição divide-se em duas salas, uma no primeiro piso e outra no piso inferior - prolongava-se por toda a escadaria, ultrapassava a cafetaria e chegava ao jardim.
No sábado, mais de duas mil pessoas passaram pelo local
A apresentação de obras inéditas é um dos fatores de atração da exposição, disse à Lusa a curadora, Mariana Pinto dos Santos. "Para quem já conhecia [a obra de Almada Negreiros], foi uma surpresa", relatou, fazendo um balanço "muito positivo" da exposição.
Apesar de se tratar de uma exposição sobre um autor, o objetivo foi também "pensar um pouco o que foi o século XX do ponto de vista artístico", mostrando as linguagens do "cinema, do humor, da narrativa gráfica, da banda desenhada, do cartoon", explicou a historiadora de arte e investigadora.
Uma oportunidade para dar a conhecer melhor o legado de Almada Negreiros aos portugueses, mas também aos estrangeiros, que representaram cerca de 10% dos perto de 120 mil visitantes da exposição.
O cenário deste domingo foi semelhante ao de sábado: a fundação anunciou o alargamento do horário até à meia-noite durante o fim de semana, para responder ao esperado aumento de afluxo de público, e, durante todo o dia, foram centenas as pessoas que se dirigiram à Gulbenkian.
Segundo fonte do gabinete de comunicação da Fundação Calouste Gulbenkian, no sábado mais de duas mil pessoas passaram pelo local. Hoje, a afluência foi ainda maior porque, por ser domingo, as entradas são gratuitas a partir das 14 horas.
A mostra reúne perto de quatro centenas de obras, muitas delas inéditas, e acontece cerca de um quarto de século depois da última retrospetiva dedicada ao artista do modernismo português.
Almada Negreiros (1893-1970) deixou uma vasta obra de pintura, desenho, teatro, dança, romance, contos, conferências, ensaios, livros manuscritos ilustrados, poesia, narrativa gráfica, pintura mural e artes gráficas, cuja produção se estendeu ao longo de mais de meio século.