Frederico Silva Pinto, Carla Chousal e Marquez Filipe também foram eleitos pelos representantes das entidades privadas na Casa da Música. Câmara do Porto ainda vai escolher o seu mandatário. Novo diretor artístico deve ser conhecido em setembro.
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O novo conselho de administração da Casa da Música, no Porto, foi eleito esta terça-feira para um mandato de três anos, com a gestora Isabel Furtado à cabeça, anunciou a instituição em comunicado.
Além de Isabel Furtado, diretora executiva da TMG Automotive, os novos administradores eleitos são o gestor Frederico Silva Pinto, atual administrador não executivo da Cerealis, a economista Carla Chousal e António Marquez Filipe, administrador do grupo Symington - estes dois últimos foram reconduzidos da anterior administração liderada por Rui Amorim de Sousa, que deixa o cargo na presidência da administração.
Os novos gestores foram designados pelas entidades privadas que integram o Conselho de Fundadores da Casa da música. O mandato é válido para o triénio 2024-2026.
A Câmara Municipal do Porto e a Área Metropolitana do Porto ainda não designaram o seu representante conjunto no conselho de administração da Casa da Música, enquanto o Estado, através do Ministério da Cultura, já tinha escolhido o músico e professor Álvaro Teixeira Lopes e o arquiteto André Tavares.
A escolha de presidente e vice-presidente, no entanto, terá de ser formalizada pelos seus pares, e por voto secreto, numa reunião do novo conselho de administração convocada para esse fim, segundo os estatutos. A data ainda não está marcada.
Na reunião desta terça-feira foi ainda aprovada, diz o comunicado da Casa da Música, a atribuição do estatuto de fundador a Artur Santos Silva e a Luís Valente de Oliveira, antigos presidentes do Conselho de Fundadores.
Novo diretor artístico em setembro
A escolha de uma nova direção artística para programar a Casa da Música, que tem a correr o processo final do concurso público internacional, e um modelo de governação, missão e estratégia, mais atento à angariação de mecenas e parceiros, segundo as conclusões do grupo de reflexão para a Casa da Música divulgadas no final de 2023, são perspetivas que se abrem agora à nova gestão.
O novo diretor artístico, que substituirá António Jorge Pacheco, que está no cargo há 15 anos consecutivos sem ter passado por concurso público, deverá ser conhecido em setembro, entrando em funções em janeiro de 2025.
Rui Moreira e Dalila Rodrigues ausentes
Em declarações à Lusa, Luís Campos Ferreira, presidente do Conselho de Fundadores, disse que a ausência na reunião de terça-feira do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, não mereceu nenhuma leitura especial, indicando "não ter nenhum dado que indique que tenha a ver com outro motivo que não a agenda própria de cada um".
Questionado sobre a possibilidade de a imagem da Casa da Música ter sido beliscada com o processo de sucessão de Rui Amorim de Sousa, que se encontrava à frente da administração desde 2021, o presidente do Conselho de Fundadores afirmou que "a única coisa de que tem conhecimento" é que "o novo Conselho de Administração foi eleito hoje [23 de julho]".
"O que por mim passou foi uma eleição de quatro administradores num Conselho de Fundadores indicados pelos privados", acrescentou.
Alegado convite direto
No passado sábado, o jornal "Público" noticiou um dado polémico: o nome de Isabel Furtado, ao contrário do que dizem os estatutos da Fundação Casa da Música, tinha resultado de um convite direto feito por Rui Amorim de Sousa, presidente do Conselho que agora abandona funções.
A Lusa tentou uma reação do presidente cessante, diretamente visado pela notícia, mas este recusou prestar esclarecimentos.
O comunicado distribuido pela Casa da Música revela ainda que o Conselho de Fundadores aprovou um voto de louvor à ação dos elementos cessantes do Conselho de Administração - que era presidido por Rui Amorim de Sousa.
Dez milhões do Estado por ano
O Estado é o maior financiador da Casa da Música, contribuindo com 10 milhões de euros anuais para a instituição, mas a maioria dos administradores são oriundos do setor privado, sendo a gestão também privada.
Desde 2005, quando abriu portas, mais de 3,5 milhões de pessoas já assistiram a espetáculos na Casa da Música.