Ivete Sangalo volta ao Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa, no dia 19. Na 10.ª edição do evento em Portugal, artista brasileira traz o espetáculo "Tudo colorido", para afastar "a nuvem cinzenta" da pandemia.
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Sempre que há o anúncio de uma nova edição do Rock in Rio, é quase dado adquirido que o nome de Ivete Sangalo vai constar do programa do Palco Mundo, como na edição que se realiza no Rio de Janeiro, como em Lisboa.
Do outro lado do Atlântico, a artista vai cumprir em setembro a sua 15.ª presença no festival criado por Roberto Medina, enquanto por cá atuará pela 10.ª vez já no próximo dia 19, com o mais recente espetáculo, "Tudo colorido".
"O que me mantém na grade de artistas do Rock in Rio é a mística que coloco em palco, a minha entrega e a entrega do público também... Acho que o público provocou a minha permanência no evento", confidencia a artista, notando que, em Portugal, viveu "alguns momentos importantes".
"O melhor de tudo é o reconhecimento dos portugueses, num país que não é o meu. É tanto o amor que acabou por tomar conta do meu coração e até já me faz sentir portuguesa. A receção faz-me sentir filha da terra e eu respeito muito isso", acrescenta.
Pronta para levantar poeira, como canta num dos seus temas mais conhecidos, Ivete Sangalo adianta que "o show vai ser lindo e levar muita alegria para o povo".
No alinhamento, será possível encontrar temas emblemáticos da carreira que as pessoas gostam de ouvir, mas também canções novas, "que os fãs já esperam que cante".
Desta vez, reúne o melhor de 30 anos de carreira, embrulhado numa nova estética, "mas com predominância do repertório de "Onda boa"", o álbum que lançou em fevereiro deste ano.
A estrela baiana anda há décadas nos palcos, sempre com a mesma energia. Reconhecerem-lhe isso "é um elogio" e, além "da condição física e da saúde", aponta "a ligação com este tipo de música e a relação com o público" como alavanca.
"A minha energia é alimentada por essa necessidade. O público provoca isso em mim e eu entrego-me", afirma Ivete.
Durante os confinamentos, na pandemia, a artista produziu e compôs muito. Lançou singles e promoveu diretos no Instagram, em prol da saúde mental: "Foi uma fase de muito sofrimento, loucura e informação cruzada. E por isso é que estou trazendo este show "Tudo colorido". Quero afastar a nuvem cinza das nossas cabeças".
Em busca das origens
Da infância em Juazeiro, na Bahia, onde nasceu, guarda boas memórias. Ivete Sangalo afirma não ter dúvidas que as origens são o seu "grande pilar enquanto pessoa". Mesmo "tendo muito mais vida como artista do que tenho de vida anónima. Comecei a cantar com 21 anos, mas tenho uma tradição muito impregnada dos meus primeiros 20 anos".
Nesse tempo, vendia melancia às fatias, pois "lá em casa nunca houve tempo ruim", recorda. "O meu pai dizia que a quem gosta de trabalhar nunca vai faltar absolutamente nada".
Lições que transmite aos filhos, Marcelo, de 12 anos, e as gémeas Helena e Marina, de quatro anos, sublinhando que "a vida é uma oportunidade".
No dia 27 de maio, Ivete celebrou o 50.º aniversário na terra natal, com um show "muito simbólico", com a presença de toda a família.