O festival multidisciplinar de arte regressa este ano ao centro histórico de Viseu, de 8 a 16 de julho, após uma edição especial, devido à pandemia, no parque da cidade. A incerteza é o tema a explorar desta vez.
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Nesta décima edição, os Jardins Efémeros oferecem ao público "quase 200 atividades" nos domínios das artes visuais, arquitetura e design; som; cinema; pólis; literatura; oficinas; e mercados "para fruir em família ou individualmente", anunciou na apresentação do evento a diretora artística do festival, Sandra Oliveira.
"O programa foi desenhando para servir diversos públicos e, portanto, não é possível toda a gente gostar de todas as atividades que vão estar nos Jardins Efémeros porque elas são diametralmente opostas entre elas e foram desenhadas para que assim fosse", explicou, salientando que para a organização "é bastante importante chegar a cada uma das pessoas de diversas maneiras".
Só na área do som, a programação inclui 35 espetáculos, entre concertos e DJ sets. Os espetáculos vão decorrer na Sé de Viseu, nos claustros do templo religioso, no largo da catedral, junto ao pelourinho, onde será instalado um palco octogonal circular, e no Largo Pintor Gata.
A americana Ana Roxxane, o compatriota Sam Gendel, a japonesa Hatis Noit, o britânico Pino Paladino e a espanhola Yamila são alguns dos nomes que vão passar pelo festival. Alguns dos artistas vão dar concertos únicos em Portugal e na Península Ibérica.
"Este ano vamos ter um programa bastante forte na área do Som e vamos ter sete apresentações internacionais pela primeira vez na Península Ibérica e 11 apresentações internacionais únicas em Portugal", avançou Sandra Oliveira.
Além da música, os Jardins Efémeros englobam a apresentação de dez projetos expositivos em diferentes locais, linguagens e formatos.
No domínio das artes visuais, o destaque vai para a criação Éden X, das irmãs Mariana e Joana Pestana, naturais de Viseu, que propõem a criação de um grupo de discussão que irá ter uma conversa virtual, que depois será transferida para a Sé de Viseu, sobre um novo jardim a criar na cidade.
Estão ainda previstas várias oficinas e mercados, a decorrer em diversos locais do casco velho de Viseu.
A Praça D. Duarte dá lugar ao Largo da Sé como ponto central do evento. Na primeira artéria vai ser desenvolvido o projeto "A minha praça é o meu jardim", da autoria de Sandra Oliveira. Serão colocadas 190 floreiras em todas as janelas dos prédios existentes na zona.
"Vamos fazer um jardim vertical cheio de cor e de flores, com desenho de luz de Cristóvão Cunha", adiantou a autora.
Os Jardins Efémeros fazem-se ainda com e para a comunidade. Seguindo o repto do projeto internacional Cartografias Têxtis, o festival desafiou 33 associações do distrito viseense a construírem um Mantra de Paz. Cada um dos quadrados que farão parte da manta terá inscrita a palavra "paz," para pedir o fim dos conflitos à escala internacional.
A peça, com seis metros de comprimento e cinco de largura, será depois exposta numa das laterais da Sé Catedral.