Júri diz que escolha de Trevisan é "uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra"
A escolha unânime de Dalton Trevisan para o Prémio Camões 2012 "significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra", afirma a ata do júri, tornada pública pelo seu presidente, Silviano Santiago, esta segunda-feira.
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O anúncio foi feito, esta segunda-feira, às 13 horas, pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, em conferência de imprensa realizada num hotel lisboeta, durante a qual o crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano Santiago, presidente do júri, leu a ata.
O juri refere as "incessantes experimentações [de Dalton Trevisan] com a Língua Portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma" e sublinha "a sua dedicação ao fazer literário, sem concessões às distrações da vida social e pessoal".
Francisco José Viegas sublinhou "o papel importantíssimo de Dalton Trevisan na literatura brasileira" e a sua posição de "relativo afastamento dos holofotes da vida social e literária brasileira e de Língua Portuguesa".
Viegas salientou ainda que o distinguido "é autor de verdadeiras obras-primas da pequena história, das 'short stories' de Língua Portuguesa".
" hora da conferência de imprensa encetavam-se "diligências" para dar a notícia ao escritor, que segundo Silviano Santiago deverá aceitar o prémio "pois ainda há pouco [em 2003] recebeu o Prémio Portugal Telecom".
O escritor reconheceu o tradicional recato do autor distinguido que é habitualmente referido como "o vampiro de Curitiba", coincidindo com o título de um dos seus livros de contos.
O prémio deverá ser entregue em data a anunciar, durante a realização de uma cimeira dos Presidentes de Portugal e do Brasil, "pois impõe-se que o Prémio Camões seja entregue durante uma solenidade desta natureza", afirmou Francisco José Viegas.
O secretário de Estado da Cultura aproveitou a ocasião para dizer que o Prémio Camões do ano passado, que galardoou Manuel António Pina, será entregue este ano em Portugal, durante uma visita da ministra da Cultura do Brasil, Ana de Hollanda, "dada a impossibilidade de [o escritor português] se deslocar ao Brasil, por motivos clínicos".
Nessa altura, Manuel António Pina receberá o galardão "das mãos do Presidente da República e da ministra da Cultura do Brasil", disse.