Trezentos mil euros não foram suficientes para que a Livraria Lello conseguisse adquirir uma primeira edição de "Os Lusíadas", apurou o JN.
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O prazo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada em janeiro pela histórica livraria portuense termina já na segunda-feira, dia em que seria suposto que acontecesse o anúncio formal da compra, na Universidade de Coimbra. Foi o que sucedeu há pouco mais de um mês em relação à "Gazeta da Restauração", adquirida por 3500 euros a um comprador não identificado.
A oferta inicial da Lello ascendia a 250 mil euros por um exemplar em boas condições da obra magna da identidade portuguesa. Nos dias e nas semanas seguintes ao anúncio, foram recebidos mais de uma centena de contactos, mas a esmagadora maioria tratou-se apenas de abordagens de curiosos. Uma proposta mais concreta chegou à Rua das Carmelitas, mas a comissão científica criada para o efeito desaconselhou a compra, por entender que o estado de conservação ficava aquém do desejado.
Os esforços da Lello passaram a centrar-se em dois exemplares. O primeiro, pertença do Ateneu Comercial do Porto, deu origem a uma proposta formal que ascendia a 300 mil euros. Os 50 mil euros a mais em relação à licitação-base destinavam-se ao fundo de reabilitação da secular instituição.
Um outro exemplar de "Os Lusíadas", na posse de uma família do Porto há várias gerações, chegou a ser considerado. Neste caso, foi a ausência de acordo entre os dois herdeiros que fez abortar a compra.
Falhada, para já, a compra da obra camoniana, a Livraria Lello envida agora esforços para adquirir o terceiro livro da OPA: uma primeira edição em inglês de "Harry Potter e a Pedra filosofal", de J. K. Rowling. Os resultados serão anunciados em setembro.