Luís Cília: "Só não quero ser um músico com um grande futuro atrás de mim"
Discografia completa do histórico compositor, um dos pioneiros da canção de intervenção em Portugal, foi finalmente editada em formato digital.
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Em 1964, quando deu o salto para Paris para escapar ao serviço militar obrigatório, Luís Cília estava muito distante de imaginar que nesse mesmo ano lançaria um disco que se transformaria num símbolo da resistência ao regime ditatorial.
“Portugal. Angola. Chants de lutte”, lançado pela influente editora francesa Chant du Monde, é um dos 11 discos que fazem parte da antologia do músico, um dos pioneiros da canção de intervenção portuguesa que só agora vê concretizado um sonho de longa data: a edição integral da sua discografia em formato digital. “Pensava que ia morrer incompreendido. Já estava conformado”, afirma, satisfeito, o compositor, que, há dois anos, quando confrontado com o interesse de José Moças, editor da Tradisom, em avançar com este projeto, logo o avisou de que era “o rei das não-vendas”.