Maria Mendes, cantora natural da cidade do Porto, acaba de lançar "Innocentia", o seu segundo álbum. O sucessor de "Along the Road" (2012) será apresentado ao vivo dia 6 de novembro, no CCB, em Lisboa, e no dia seguinte no Porto, na Casa da Música.
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Depois de ver o seu talento reconhecido por Quincy Jones que a elogiou no Festival de Jazz de Montreux e de atuar em Nova Iorque no famoso "Blue Note Jazz Club NY", assinalando assim a estreia de uma cantora portuguesa nesse mítico clube de Jazz, Maria Mendes apresenta agora "Innocentia". O um disco plasma uma escrita mais pessoal, e é, nas palavras da cantora, "um retrato de alguns episódios da minha vida traduzidos em canções do repertório jazz, bem como do repertório erudito clássico".
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Em busca de um som não convencional, Maria convidou a clarinetista do Jazz internacional Anat Cohen. Ambas compositoras e entusiastas do virtuosismo instrumental jazzístico cantado e tocado, abraçam juntas o legado do Jazz mainstream associando-o ao universo musical erudito brasileiro com incidência em obras de Hermeto Pascoal, Radamés Gnattali e Heitor Villa Lobos, de quem interpreta a ária da ópera "Cantilena". Estas obras serão estreadas mundialmente e pela primeira vez adaptadas para jazz.
Este é também um disco que inclui adaptações de clássicos do Jazz - um exemplo é a conhecida lullabye de Charlie Chaplin "Smile", que dá o mote de abertura ao "Innocentia" e onde "Fragile", de Sting, foi escolhido para encerrar esta viagem musical.
A surpresa no disco surge com um par de composições originais da cantora/autora que assim as justifica: "sinto que há uma vulnerabilidade impressa na inocência humana que é muito mais adulta do que 'criança'. Quis aprofundar essa realidade no sentimento e emoção musical neste disco, apropriando-me de escolhas que pudessem expressar essa mesma vulnerabilidade de forma pura e bela, sem tristeza e drama, mas sim profunda".
Para tal, Maria Mendes inspirou-se muito na poesia da Florbela Espanca e do escritor/músico Chico Buarque. "Retive também muita informação musical do Villa Lobos, Michael Legrand, Wayne Shorter, Pat Metheny.e também nas músicas orquestradas da Disney dos anos 40 e 50".
Agora, a preparar os concertos ao vivo em Portugal, Maria Mendes certamente que assume a sua alegria em poder pisar palcos lusos depois de uma temporada passada no Brasil. "O palco para mim é a minha casa. Sou a pessoa mais feliz em palco", confessou, em entrevista ao JN, aquando do lançamento do disco de estreia.