A Fundação Louis Vuitton apresenta, até 2 de abril de 2024, a maior retrospetiva de sempre do artista.
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Mark Rothko (LV, 1903-1970) dizia, quando questionado sobre as suas pinturas, que “o silêncio é o mais acertado”, temendo que as palavras paralisassem e condicionassem a mente e a imaginação dos espectadores. Rothko, que recusava todos os títulos ou gavetas em que a crítica gostava de o colocar, acreditava que uma imagem abstrata representa diretamente a natureza e a essência do Ser Humano. Talvez seja pela densidade teórica que juntou à sua produção artística, que a sua obra se tenha tornado intemporal e que o artista ocupe lugar como um dos mais importantes da sua geração.
Merecendo tudo isto a análise subjetiva do leitura e obedecendo, o meu encantamento, a uma inegável política de gosto, certo é que a exposição que a Fundação Louis Vuitton, em Paris, apresenta, até 2 de abril de 2024, é a maior retrospetiva de sempre de Mark Rothko, permitindo-nos viajar pela sua produção inicial, onde se revela uma adesão inicial à figuração e ao surrealismo, dos quais se foi afastando em busca do silêncio da cor e sempre num processo de expansão da ação do corpo sobre a tela, que o fizeram chegar aos grandes formatos.