O músico e poeta norte-americano Gil Scott-Heron morreu, sexta-feira, num hospital de Nova Iorque. Tinha 62 anos. Nome cimeiro do rap e do hip-hop, ficou também conhecido como performer de "spoken word". É dele o tema "The revolution will not be televised".
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A notícia da morte de Heron foi avançada pela editora XL Recordings, que, no entanto, não adiantou a causa. Apenas se sabe que o músico adoeceu após uma viagem à Europa. Ainda em Maio de 2010, apresentou em Portugal o álbum "I am new here", o primeiro que editou em 16 anos.
Considerado um dos precursores do rap e do hip-hop, Gil Scott-Heron misturava na sua música a palavra falada com o jazz, o blues e o soul. Nasceu em Chicago, em 1949, e lançou o primeiro disco em 1970, em que criticava a classe média norte-americana e o consumismo.
Desse álbum, intitulado "Small talk at 125th and Lenox", fazia parte o poema/canção "The revolution will not be televised", em que atacava as desigualdades sociais de que os negros eram vítimas, nos EUA.
O estilo musical, sobretudo dos álbuns "Pieces of a Man" e "Winter in America", e a faceta de activista contribuíram largamente para a explosão da cultura hip-hop, tendo igualmente influenciado legiões de "rappers".
Os poemas e a música reflectiam também o combate de Heron contra a dependência do álcool e das drogas.
"O seu talento era imenso. Era um grande letrista, cantor, orador e pianista", referiu Richard Russel, patrão da XL Recordins, numa mensagem deixada na blogosfera.
Também os artistas Eminem, Snoop Dogg, Beasty Boys e Diddy (Puff Daddy) escreveram de imediato manifestações de pesar na Internet. Um cibernauta anónimo deixou esta mensagem: "Espero que tenham enviado uma limusine para conduzi-lo até Deus".
Ao longo da carreira, Gil Scott-Heron editou mais de 20 discos.