O escritor e diplomata Manuel Poppe faleceu neste fim de semana, aos 84 anos. Com mais de duas dezenas de obras publicadas, foi colunista do JN durante 35 anos e exerceu funções diplomáticas em seis países.
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Nasceu em Lisboa, mas foi na Guarda, onde viveu entre os 12 anos e o início da idade adulta, que diz ter aprendido tudo, considerando-a a sua "pátria".
Os laços afetivos de Manuel Poppe Lopes Cardoso com a cidade e a região mantiveram-se pelos anos fora. Em 2006, o município agraciou-o com a medalha de mérito e dedicou-lhe um ciclo de homenagens.
A ligação aos jornais foi outra das constantes da sua vida. A colaboração iniciou-se no década de 1970, no "Diário Popular", onde dirigiu, em colaboração com o jornalista Jacinto Baptista, o suplemento cultural "5ª feira à tarde".
Cofundador da influente revista "O Tempo e o Modo", produziu para RTP, de 1972 a 1974, o programa "O livro à procura do leitor". De todas as colaborações nos periódicos, nenhum foi tão extensa e marcante como a que manteve com o "Jornal de Notícias". De 1978 a 2014, manteve uma coluna semanal na edição de domingo que lhe granjeou muitos leitores.
Além de cronista, premiado pela Associação Portuguesa de Escritores, foi ainda dramarugo e novelista. Entre as duas dezenas de livros que publicou, destaca-se "Memórias, José Régio e outros escritores", livro publicado pela Quasi em 2001 onde relembra o convívio com alguns dos mais destacados escritores do seu tempo. Vários dos seus textos para teatro foram levados à cena pela Seiva Trupe com encenação de Roberto Merino.
Diplomata durante quase três décadas, Manuel Poppe exerceu funções como adido cultural em países como Itália, Israel, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe.