Associação de Museologia distingue-o como a melhor instituição museológica de 2024. Presidente Marcelo Rebelo de Sousa considera-o “um ex-líbris do Porto” e "um organismo vivo".
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O renovado Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, arrebatou o prémio de Museu do Ano 2024 e a Câmara do Porto (a par de Castelo de Vide) também foi galardoada na categoria Instituição.
A seleção coube à Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e o "clã", como lhe chamou Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu esta sexta-feira no edifício da Alfândega, junto ao rio Douro, para proceder ao anúncio e entrega dos prémios, numa cerimónia que teve precisamente como convidado especial o Presidente da República.
O chefe de Estado, que chegou à Alfândega vindo de uma visita ao Museu Soares dos Reis, gostou do que viu e não poupou nos elogios: "É um ex-líbris da cidade do Porto. É um clássico projetado para o presente e para o futuro. Não basta ter antiguidade, prestígio e coleções. Importa ser um organismo vivo".
Porto capital de cultura
Após ter salientado que ao longo da vida sempre manteve uma ligação à museologia - desde os tempos da universidade às lides como autarca, culminando depois com o papel de curador -, apontou o Porto como uma "capital da cultura", tanto pelos seus equipamentos, como pela "envolvência" e, sobretudo, pela "diversidade".
A plateia aplaudiu e a sessão acabou aí, dando lugar às famosas selfies fotográficas com o presidente. Antes tinham falado os representantes dos museus e municípios premiados. O diretor António Ponte, pelo Soares dos Reis, comentou ser "uma honra, um orgulho e uma responsabilidade" estar no lugar cimeiro da lista que cobre todo o país.
Destacou que a eleição é fruto do "trabalho encetado desde 2021" e que o resultado "está à vista", traduzido no "aumento de visitantes", no leque de atividades, "cerca de 700 em 2023", e no "número crescente de mecenas que o museu tem conseguido atrair". Para breve, está prometida a "apresentação do projeto de internacionalização".
Parabéns às "dinâmicas"
Pela Câmara do Porto, no lugar de Rui Moreira, cuja presença fora anunciada, coube ao vice Filipe Araújo agradecer a escolha: "É uma grande alegria, trata-se de uma distinção muito honrosa. Desde 2013 [primeiro de três mandatos seguidos de Moreira], a Cultura é uma prioridade", realçou, incluindo neste vetor "o património e as memórias".
Sublinhou o investimento feito, nomeadamente na "requalificação" de espaços, e enfatizou que "a programação tem sido inclusiva e de grande qualidade", a propiciar "a reflexão e o debate". O vice concluiu que "este foi o caminho e é para continuar".
Por parte da APOM, o presidente João Neto louvou a estratégia de Castelo de Vide para que o interior não seja esquecido: "O país não pode ser só TVG e aeroportos, também se faz de estradas de conhecimento". Ao Porto, e às suas "dinâmicas", deu os "parabéns", completando que "não é só pelas ruas de Lisboa que se respira cultura". Em 2025, o "clã" da museologia reúne-se em Loulé.