Livraria portuense inaugurou ontem instalação de D. W. Pine dedicada ao Nobel da Literatura.
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A Livraria Lello, no Porto, inaugurou ontem um novo espaço: uma sala dedicada ao único Nobel da Literatura português, José Saramago. Na cerimónia marcaram presença Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, e o escritor José Luís Peixoto considerado um dos herdeiros de Saramago e vencedor do prémio com o nome do escritor, em 2001. Na cerimónia foi também inaugurada uma instalação de D.W. Pine, diretor criativo da revista "Time", que congrega uma série de capas da publicação americana dedicadas aos prémios Nobel.
Pilar del Rio lançou o repto para que se faça uma capa da "Time", no centenário de José Saramago (que se celebra a 16 de novembro de 2022), já que não foi feita em vida, e assegurou a D.W. Pine que ela, "como jornalista, saberia dizer-lhe muito bons motivos para que tal homenagem fosse feita".
O piso de cima da Lello está agora dividido em dois. De um lado, os escritores que foram laureados com o Nobel, como Rudyard Kipling, William Faulkner, Winston Churchill e Toni Morrisson. Do outro lado, o nome de personalidades da literatura eleitas pelos visitantes da Lello. São personalidades que nunca foram galardoadas mas que o mereciam igualmente, como é o caso de Federico Garcia Lorca ou William Shakespeare, entre tantos outros.
Sobre o Prémio Nobel, Aurora Pedro Pinto, presidente do conselho de administração da Livraria Lello, destacou que muitas vezes é também "o fator sorte".
"Os livros são o que nos faz poder seguir com a vida como seres vivos com inteligência, razão e consciência, é o que nos faz distinguir o bem do mal" , comentou Pilar del Río, na apresentação. Por sua vez, José Luís Peixoto insistiu que "Saramago nunca escreveu para um prémio e isso´é o que distingue um Nobel, é a sua convicção".
Pilar del Río aproveitou para rematar que o que faz grande o Nobel são os escritores que o ganharam, e na sua opinião "Albert Camus e José Saramago" personificam essa premissa.
Na sala dedicada a José Saramago estão expostas somente edições suas, assim como uma vitrina com alguns objetos pessoais que agora estão ao alcance dos visitantes. A cerimónia contou também com um momento musical de Sofia Escobar e Diogo Santos Silva, que interpretaram um tema de "Os miseráveis" de Victor Hugo.