Setembro chega e com ele as Noites Brancas transformam cidades em palcos a céu aberto e este ano, Gondomar e Braga assumem a dianteira, trazendo milhares de pessoas para a rua numa celebração onde a música portuguesa, as artes performativas e a diversidade cultural são o fio condutor.
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Entre Gondomar e Braga, a mensagem é clara: setembro é o mês da celebração da cultura, com um lugar de destaque para a música feita em Portugal. Carolina Deslandes, Bárbara Bandeira, Rui Veloso, Plutonio, Richie Campbell, Capicua ou The Gift representam diferentes gerações e estilos, mas partilham a mesma capacidade de arrastar multidões.
No sábado, Gondomar veste-se de branco e entrega-se a uma das maiores noites do concelho: a Noite Branca. A cidade vai pulsar ao ritmo de oito palcos distintos, cada um com uma identidade própria, capazes de atrair públicos variados.
No Palco D"Ouro, os grandes nomes da música portuguesa marcam encontro: Carolina Deslandes abre às 21 horas, seguindo-se Bárbara Bandeira às 22.30 horas. Já depois da meia-noite, o hip-hop de Plutonio (00h00) promete incendiar a noite, antes de The Fucking Bastards tomarem conta da madrugada, às 01.15 horas.O Palco Anos 80 trará a nostalgia ao centro da cidade, começando cedo, pelas 20h00, com DJ PP, passando por Remember Old Times às 22 horas, e guardando o fôlego para DJ Paulino Coelho (00h00) e DJ Berto Boss 01.30 horas.
No Palco Funk, a energia é outra: FF no Beat arranca às 20 horas, seguido de I Love Baile Funk, 21.30 horas, MC Gabzin 23 horas e os irreverentes Os Cretinos à meia-noite e meia. A madrugada encerra com Ayanna, já às 2 horas. Já o Palco Eletrónico entrega-se às batidas de Xpress 20 horas, Bons Rapazes 21 horas,, Zanova 22.30 horas, DJ Pedro Simões, à meia noite e os imparáveis Karetus, que entram em cena às 01.30 horas.
Mas não só de música vive a noite. No Palco Performances, haverá espetáculos de fogo e aéreos de artistas como Sara Dionísio, Ricardo Ferreira ou o coletivo Ideias Frenéticas, que surgem em vários horários pela noite dentro, misturando arte circense, luz e pirotecnia. O Palco Mundo e o Palco Urbano mantêm o espírito de diversidade: desde o Grupo de Música Popular do Orfeão de São Pedro da Cova ao fado do Fado Nostrum, passando por Billy"s Gang e a energia da Red Rocks Band. E para quem quiser dançar sem parar, o Trio Elétrico garante samba, ritmos tropicais e DJ sets até de madrugada.
Braga: três dias, 170 iniciativas e um cartaz de luxo
Se Gondomar aposta numa noite de exaltação, Braga prefere prolongar a festa. A partir de sexta-feira e até domingo, a cidade minhota transforma-se numa verdadeira metrópole cultural, com mais de 170 iniciativas e 48 horas de programação. "A cidade funcionará como um palco a céu aberto", afirmou Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, lembrando a importância do evento para a economia local e para a identidade cultural.
A música é protagonista, mas não está sozinha: teatro de rua, circo contemporâneo, dança, instalações artísticas e performances internacionais como a francesa Cie Remue Ménage ou a espanhola Troula Animacion garantem uma experiência total. Quatro palcos dividem a programação musical: o Palco Pópulo, o Palco Avenida, o Palco Jazz (no Museu D. Diogo de Sousa) e o Palco Braga 25, dedicado às artes performativas e projetos da Capital Portuguesa da Cultura.
Na sexta-feira, o fado-pop de Marco Rodrigues abre as hostilidades às 22 horas seguido de Lon3r Johny (23 horas, Palco Avenida). A noite continua com os românticos Calema (23. 45 horas, Pópulo) e termina em grande com Plutonio (00.45 horas, Avenida).
Sábado traz o regresso de The Gift (22 horas Pópulo), antes do hip-hop de Julinho KSD (23 horas, Avenida). O clássico português surge logo depois com Rui Veloso (23.45 horas,, Pópulo), e a madrugada pertence a Richie Campbell (00.45 horas, Avenida), um dos nomes mais aguardados do cartaz. No domingo, o encerramento é entregue à força poética e social de Capicua, acompanhada pelo coro comunitário Braga Fora, às 19 horas no Palco Pópulo.
Ao longo dos três dias, arruadas com fanfarras como Bombar"t, Batalá ou Funk You Brass Band prometem contagiar o centro histórico, enquanto instalações e exposições multiplicam os pontos de interesse para quem preferir um ritmo mais contemplativo.
As Noites Brancas deixam, assim, de ser apenas eventos locais e afirmam-se como grandes marcos do calendário cultural português - espaços de encontro, festa e música nacional.