Chega esta quinta-feira às salas portuguesas “Alien: Romulus”, 45 anos depois do original de Ridley Scott.
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Quando uma saga chega aos 45 anos de vida e aos sete títulos, sem contar com os dois cruzamentos do monstro do espaço com o Predador, praticamente ninguém ousaria pensar que “Alien: Romulus” teria as mesmas qualidades e o potencial icónico dos dois filmes iniciais, dirigidos por Ridley Scott e James Cameron, nem a mesma das variantes propostas nos dois capítulos seguintes por David Fincher e Jean-Pierre Jeunet.
No entanto, ao contrário de outras séries de longevidade semelhante, em que os novos episódios são realizados por meros tarefeiros, sem qualquer apetência artística, o uruguaio Fede Alvarez, autor já de algumas obras no domínio do terror, confere a “Alien: Romulus” não só uma identidade própria como lhe dá um certo charme de filme de série B, apesar da panóplia de efeitos digitais necessários para a sua produção,
sempre sob o olhar tutelar de Ridley Scott.
Depois do arranque numa colónia espacial, aproveitada para uma inesperada parábola social sobre o mundo de hoje, onde continua a haver, queira-se ou não, exploradores e explorados, “Alien: Romulus” centra-se num grupo de jovens que desejam “emigrar” para outro planeta, em busca de melhores condições de vida, aproveitando uma velha nave que descobrem à deriva por ali perto.
O que não poderiam imaginar era a existência a bordo do que resta de Ash, um Ian Holm duplamente ressuscitado, da vida e do primeiro filme, por impressionantes e talvez discutíveis efeitos visuais, e de uma colónia dos seres alienígenas sem os quais o filme não existiria, nem o espetador compraria o seu bilhete…
Desprovido de uma comparação com os filmes anteriores, Fede Alvarez mostra o que vale o seu cinema, ancorado num grupo de atores jovens e desconhecidos, num excelente trabalho cénico e numa narrativa que não nos dá descanso. Fica assim assegurada a linhagem com a saga anterior e as portas abertas para uma desejada continuidade. Nem mais nem menos do que os fãs desejariam.