A expressão "falta de chá" é das mais amaneiradas da língua portuguesa. Como o costume de beber chá era reservado a famílias de estatuto social mais elevado, a falta dele é associada à grosseria e boçalidade.
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Originário da China, o chá foi introduzido na Europa pelos portugueses no século XVI, e apesar de ser considerado um hábito britânico, foi introduzido por D. Catarina de Bragança quando casou com D. Carlos II, rei de Inglaterra. Isso e o banho diário.
O ano passado a FAO decretou que 21 de maio seria o Dia Internacional do Chá, apesar de a data também já ser assinalada a 15 de dezembro. A efeméride é de especial importância para o comércio justo.: o chá é geralmente produzido em áreas da Ásia assoladas pela pobreza e as pessoas associadas à tarefa estão abaixo da linha de pobreza, além de não teremfácil acesso aos mercados e a unidades de processamento. Uma bebida amplamente usada como o chá deve ter um bom negócio, que proporcione alívio aos agricultores pobres, a fim de atender às suas necessidades. O Dia Internacional do Chá, além de se focar nos benefícios da bebida, também celebra as pessoas por trás de sua produção.
Quem teve a oportunidade de beber um chá de menta a ferver no deserto sabe que não existe sensação mais refrescante. Talvez por isso o filme "Um chá no deserto" seja dos mais bonitos que existe. O realizador Bernardo Bertolucci adaptou de forma magnífica o romance de Paul Bowles, sobre a viagem de um casal de americanos, escritores e intelectuais, no final do anos 1940 pelo deserto no Norte de África, que é uma viagem pelas emoções. "Um chá no deserto" é um filme complexo e envolvente sobre um invulgar conceito de viagem, onde um homem e uma mulher se perdem, literalmente, num mundo misterioso, interno, que se altera e transforma. Bertolucci construiu uma obra com portentosa fotografia e uma exótica sonoridade de Ryuichi Sakamoto, com as incríveis prestações de Debra Winger e John Malkovich. Tudo motivos para revisitar esta longa-metragem:
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A fábrica mais antiga de chá da Europa situa-se nos Açores. É a fábrica de chá Gorreana, na ilha de São Miguel. Aqui pode ler tudo sobre o seu fabrico.
Outro filme com um famoso chá das cinco é "Alice no país das maravilhas", inspirado no romance de Lewis Carrol. Aqui, a versão dos anos 1950 da Disney:
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Em Lisboa, o café Tapas & Tiles tem um menu dedicado ao Chá de Alice e do Chapeleiro Louco. O mesmo acontece no pet café Pet & Tea, em Coimbra, aqui com a vantagem de poder levar o seu gato.
Para beber o seu chá ao melhor estilo propomos uma visita ao Museu da Vista Alegre, que foi galardoado pela Associação Portuguesa de Museologia com uma menção honrosa na categoria Melhor Museu do Ano.
Enquanto toma o seu chá aproveite para ler o livro "Memórias de uma gueixa" de Arthur Golden, uma viagem inesperada aos cerimoniais do chá no Oriente.
E ouvir "Englisman in New York" de Sting, "I don´t drink coffee I take tea my dear"
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