Os Azeitonas, uma diversão que dura há 20 anos

Os 20 primeiros anos passaram a voar, o que até nem admira para quem canta “Anda comigo ver os aviões”.

Numa lotada Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Gaia, Os Azeitonas revisitaram com os seus seguidores momentos soltos de um percurso discográfico que perfaz duas décadas em 2025, pretexto ideal para uma digressão que arranca ainda este ano em Quarteira e Guimarães e culmina em outubro no Coliseu do Porto.

No tom descontraído de sempre, Mário Marlon Brandão, Luísa Nena Barbosa e João Salsa Salcedo passaram em revista “uma má ideia que correu bem”, a de uma “boys band de garagem” que escolheu o nome em alusão aos “guilty pleasures” azeiteiros, capaz de resistir até às críticas menos positivas ao disco de estreia (a “Blitz” deu-lhe nota quatro em dez) ou à falta de hábito do público da época de escutar bandas em português.

Discreta até ao início da década passada, a carreira do grupo sofreu um inesperado “boom” com o tema que convida à contemplação aeronáutica. Um êxito tremendo com o qual só conseguiram lidar porque na altura já tinham "alguma tarimba na estrada, ganha nos anos anteriores". "Caso contrário teria sido complicado”, admite Marlon.

No auge da fama, para testar a fidelidade dos espectadores, Os Azeitonas chegaram a ponderar abrir o concerto com o sacramental tema para ver quantos permaneciam para as restantes músicas. Um plano que nunca chegaram a executar, ao contrário da ideia de excluir “Os aviões” do alinhamento. A reação foi tão má que juraram “nunca mais“ repetir a ideia.

Vinte anos depois, “a responsabilidade até pode ser diferente”, diz Salsa, mas o espírito festivo de sempre permanece intacto. “Enquanto nos divertirmos, vamos continuar”, garante Nena.

Além da digressão, os festejos vão passar ainda pela edição de um disco em vinil duplo, intitulado “20 anos, 20 canções”. Indecisos quanto à escolha dos temas, admitem pedir ajuda aos fãs na hora de decidir – e as canções podem muito bem ser versões alternativas do seu reportório