O adjetivo qualificativo apresenta, frequentemente, variação em grau.
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O grau normal, que apenas qualifica o nome: O rapaz é divertido.
O grau comparativo, cuja qualidade atribuída ao nome é alvo de comparação. Assim, pode ser comparativo de igualdade (Ele é tão divertido como o irmão); comparativo de superioridade (Ele é mais divertido do que o irmão) ou comparativo de inferioridade (Ele é menos divertido do que o irmão).
Quanto ao grau superlativo, temos o relativo de superioridade e o de inferioridade e o superlativo absoluto (sintético e analítico).
No primeiro caso, a qualidade expressa pelo adjetivo é intensificada estabelecendo uma relação com outros seres ou coisas do mesmo tipo: Assim, existe o superlativo relativo de superioridade (Ele é o mais divertido) e o superlativo relativo de inferioridade (Ele é o menos divertido).
No superlativo absoluto, a qualidade expressa pelo adjetivo é intensificada através de um sufixo (superlativo absoluto sintético): O rapaz é divertidíssimo. No caso do superlativo absoluto analítico, utiliza-se um advérbio de quantidade (Ele é muito divertido).
Os sufixos -íssimo e -érrimo servem para formar o superlativo absoluto sintético.
O primeiro é mais vulgar e o segundo surge apenas na formação do superlativo de adjetivos que em latim pertenciam à 2.ª classe, terminando o nominativo em -er. Vejamos alguns exemplos: áspero/aspérrimo; célebre /celebérrimo; célere/celérrimo; íntegro/integérrimo; livre/ libérrimo; magro/macérrimo; mísero/misérrimo; negro/ nigérrimo; pobre/paupérrimo; salubre/salubérrimo. Alguns destes adjetivos têm simultaneamente a forma do superlativo com base no termo latino e outra formada com o sufixo -íssimo. É o caso de magro (macérrimo ou magríssimo), negro (nigérrimo ou negríssimo) e pobre (paupérrimo ou pobríssimo).
Eis alguns adjetivos cujo superlativo absoluto se forma com o sufixo -íssimo: amargo/amaríssimo; amigo/ amicíssimo; antigo/antiquíssimo; assustador/assustadoríssimo; benéfico/beneficentíssimo; benévolo/benevolentíssimo; cristão/cristianíssimo; cruel/crudelíssimo; doce/dulcíssimo; fiel/fidelíssimo; frio/frigidíssimo; geral/generalíssimo; guloso/gulosíssimo; infiel/infidelíssimo; inimigo/inimicíssimo; magnífico/magnificentíssimo; maléfico/maleficentíssimo; malévolo/malevolentíssimo; nobre/nobilíssimo; pessoal/personalíssimo; sábio/sapientíssimo; sagrado/sacratíssimo; simples/simplicíssimo; soberbo/superbíssimo.
Por sua vez, os adjetivos terminados no ditongo -ão fazem o superlativo em -aníssimo: brincalhão/brincalhaníssimo; comilão/comilaníssimo. Estas formas são pouco usuais, pois, apesar de estes adjetivos se encontrarem no grau normal, confundem-se com as formas de aumentativo. Por isso, será aconselhável a utilização das formas analíticas de superlativo: muito guloso; muito brincalhão e comilão.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico