A longa-metragem "Amour", do realizador austríaco Michael Haneke, em que entra a atriz portuguesa Rita Blanco, conquistou, este domingo, a Palma de Ouro da 65.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, em França.
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É a segunda vez que Michael Haneke recebe a Palma de Ouro, depois de, em 2009, ter recebido o galardão pelo filme "O Laço Branco", entrando para um grupo restrito de cineastas que conquistaram duas vezes o galardão em Cannes.
No elenco de "Amour" entra a atriz portuguesa Rita Blanco, que faz de porteira de um prédio, contracenando com Jean-Louis Trintignant, Isabelle Huppert e Emmanuelle Riva.
Na cerimónia, Michael Haneke recebeu a Palma de Ouro acompanhado pelos atores principais, Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, que tiveram a maior ovação da noite.
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Em Cannes, o realizador mexicano Carlos Reygadas conquistou o Prémio para Melhor Realizador com o filme "Post Tenebras lux", o realizador Ken Loach venceu o Prémio do Júri com "The angel's share", e o italiano Matteo Garrone ganhou o Grande Prémio com o filme "Reality".
"Beyond the hills", do romeno Cristian Mungiu, arrecadou dois galardões para Melhor Argumento - do próprio realizador - e melhor interpretação feminina, para Cristina Flutur e Cosmina Straton, ambas estreantes no cinema.
O dinamarquês Mads Mikkelsen conquistou o prémio para melhor interpretação masculina em "Jagten" ("A Caça"), de Thomas Vinterberg, e foi um dos mais aplaudidos da noite.
Por seu turno, Cristian Mungiu, assinalou que o seu filme é baseado numa história real de um exorcismo, e disse esperar que não sejam esquecidos estes casos, "de gente que sofreu realmente"
O realizador mexicano Carlos Reygadas agradeceu ao festival ter acreditado no seu filme, e pediu que continue a apoiá-lo.
Ken Loach subiu ao palco para receber um prémio por uma comédia, algo fora do habitual no seu cinema, mas não esqueceu os problemas sociais no seu conteúdo.
"Gostaria de dizer que o cinema não é só diversão. Mostra como somos e como vivemos juntos. Gostaria de exprimir a minha solidariedade a todos os que, nesta época difícil, resistem aos programas de austeridade e privatização".
Entre os 22 filmes na competição principal, avaliados por um júri presidido pelo realizador italiano Nanni Moretti, estava "Cosmopolis", do realizador David Cronenberg, inspirado num livro de Don Delillo, e produzido pelo português Paulo Branco.