"JN renovado amanhã. Novo sítio é um sucesso", lê-se na primeira página do JN de 1 de junho de 2008, véspera de uma edição especial para celebrar os seus 120 anos, com uma aposta clara na edição online.
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As páginas centrais da edição especial de aniversário do JN, a 2 de junho de 2008, foram dedicadas ao site do jornal, alvo de uma profunda remodelação, numa clara aposta nesta nova plataforma de leitura que ganhava cada vez mais visibilidade. É a prova de que, a celebrar 120 anos, o JN olhava para a sua versão online com o entusiasmo da inovação e das potencialidades deste novo meio para disponibilizar conteúdos multimédia e de conquistar novos leitores, nomeadamente, além fronteiras.
"Pioneiro na www" (World Wide Web ou internet) titulava o artigo, recordando que a "edição digital dos primórdios não pretendia mais do que transpôr edição em papel e promover maior interactividade com os leitores".
"Hoje, o JN online está apostado nas novas possibilidades que o jornalismo multimédia oferece e está a expandir a sua informação em multi-plataformas. O novo JN está presente na Web, nos telemóveis e na PlayStation Portable. Vídeos, galerias fotográficas animadas e/ou sonorizadas, áudios e infografias animadas são os novos conteúdos que vão completar a nossa informação exclusiva ou as nossas apostas editoriais", lia-se há 15 anos.
Na segunda página, surge em destaque no topo o endereço www.jn.pt e uma imagem da homepage do site com as novidades multimédia, sob o título "o jornal que foi pioneiro da net volta a inovar".
Graficamente é explicado ao leitor onde encontrar as notícias de Última Hora - "tudo o que está a acontecer vai estar aqui". Na secção de Desporto surge a novidade de "acompanhar um jogo da Seleção Nacional minuto a minuto", além de "notícias, calendário de resultados/classificações e vídeos".
O noticiário local continua a ser uma aposta forte, com o País a ter uma área própria na homepage com diferenciação visual pela cor de fundo azul.
A secção Multimédia apresenta-se como "um dos grandes pilares do novo Jornal de Notícias online", com "a actualidade e as nossas reportagens contadas em sons, imagens e detalhada em gráficos dinâmicos". E as "galerias de fotografias, gráficos, vídeos e áudios" também "complementam a informação" na área de Dossiers, onde "os temas mais polémicos da actualidade terão um especial destaque."
A interatividade com o leitor permitia "abrir o seu blogue na página do Jornal de Notícias" e estes blogues pessoais podiam "ser indexados às páginas de distritos na secção País". Além disso, "em Cidadão Repórter o leitor mostra a 'sua' notícia, nos fóruns diz da 'sua' justiça e em Comunidade expomos os melhores SMS e MMS e cartas".
Um anúncio de renovação sem esquecer que "as primeiras discussões sobre a criação do site do JN remontam a 1994", numa altura e que a "insistência com que se fala do on-line a nível internacional não escapa aos 'curiosos' no JN", em particular "a área técnica do jornal", e "foi graças aos seus responsáveis que a versão digital deu os primeiros passos", em 1995.
"No final dos anos 90, o JN inicia então uma série de trabalhos de desenvolvimento do projecto de criação de uma verdadeira edição electrónica" e regista "dados muito curiosos: uma tendência contrária à registada na edição tradicional, em que o número de consultas descia substancialmente ao fim-de-semana e, em particular, ao domingo" e "uma procura muito intensa por parte dos portugueses residentes no estrangeiro" em grande parte "de emigrantes qualificados ou de estudantes do Ensino Superior".
"O número de leitores crescia também a um ritmo muitas vezes surpreendente", principalmente para quem duvidada do alcance da internet. Em 1996, "havia 70 países com consultas regulares; 44% das consultas eram feitas a partir de Portugal; 56% do resto dos países, com os EUA a liderar (o que tem seguramente a ver com a realidade dos motores de busca), seguidos do Canadá, Brasil, Reino Unido, Austrália, França, Alemanha e Suíça; num ciclo semanal típico, havia cerca de 135 mil consultas".