Roberta Medina: "É mais importante a saúde de todos do que o adiamento do Rock in Rio"
Festival de Lisboa foi reagendado para junho de 2021, mas está a conversar com os artistas para tentar manter cartaz.
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Uma decisão que significa "um prejuízo enorme" e que deita por terra o investimento já realizado, mas que resulta das restrições impostas pelo estado de emergência que vigorará até 17 de abril. A 9.ª edição do Rock in Rio (RiR) já não vai acontecer em junho de 2020 e foi reagendada para 19, 20, 26 e 27 de junho de 2021.
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O adiamento fez o RiR entrar na lista dos festivais em Portugal que foram atingidos pelo novo coronavírus e que vai provavelmente engrossar. "É uma grande frustração, mas é mais importante a saúde de todos do que o adiamento do RiR", sublinhou ao JN Roberta Medina, que se apercebeu no início de março que a pandemia poderia ter consequências mais graves e duradouras do que se pensava inicialmente. A partir daí, a organização começou a equacionar hipóteses "de dia para dia".
O adiamento só foi decidido na quarta-feira, mas vários cenários foram sendo avaliados: a mudança para setembro chegou a ser o mais provável. A "Cidade do Rock", no Parque da Bela Vista, em Lisboa, precisa de três meses e meio para ser erguida e a montagem já tinha sido iniciada (e entretanto suspensa). Ainda havia tempo.
"Mas setembro começou a ficar muito arriscado. Isto escalou muito rápido", explicou a vice-presidente-executiva do festival. O anúncio do adiamento estava para ser feito apenas depois de terminado o estado de emergência, mas, reconheceu, "a pressão dos fornecedores e dos artistas para saberem o que iria acontecer começou a ficar muito grande".
Dúvidas no cartaz de 2021
Resta agora saber se o alinhamento de 2020, que incluía Foo Fighters, Post Malone, The Black Eyed Peas, Tha National ou Duran Duran, se vai manter. Roberta Medina adiantou que ainda estão a conversar com todos. "Anunciámos o adiamento para que os artistas se pudessem concentrar em organizar as tournées e esperamos que seja possível manter a presença [de todos] no festival".
Investimento perdido
Acontece com o RiR como está a acontecer com muitos outros eventos culturais e nos restantes setores económicos: a paragem está a custar muito dinheiro. O festival que teve origem no Brasil já tinha naturalmente feito investimentos , nomeadamente na infraestutura, que se perderão. "Vamos ter de começar do zero. É uma pancada grande", admite a responsável, sem revelar o montante do prejuízo. O RiR é o maior festival nacional, com um orçamento a rondar os 25 milhões de euros. O adiamento não impedirá, porém, que a edição de 2022 aconteça como previsto.
Novas datas para a era pós-pandemia
Para além do RiR, já foi reagendado o Nos Primavera Sound para 3, 4 e 5 de setembro. O Boom Festival foi remarcado para 2021. A edição de 2020 do Músicas do Mundo, em Sines, foi cancelada. O Barroselas Metalfest, que iria acontecer entre 29 de abril e 2 de maio, passou para a mesma data, mas em 2021. O Gouveia Art Rock, passou para 3 de outubro e o Festival Tremor, nos Açores, foi cancelado.