Rui Veloso conheceu Prince e tem dele "uma memória muito engraçada", precisamente quando o músico norte-americano visitou o estúdio do autor de "Chico Fininho", em Sintra, numa tarde de 2010.
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"Quando o Prince se foi embora, ficou a olhar para o graffiti que tenho na porta do estúdio, olhou, e depois disse: 'Gostei muito do teu estúdio'; olhou novamente para o graffiti e fez um gesto de aprovação e disse: 'I will be back'", contou o autor de "Porto sentido".
"Já morreram tantos, estamos a ficar pobres. Nos últimos anos, a pobreza está aumentar aos olhos vistos, nos últimos anos tem sido uma verdadeira hecatombe de músicos extraordinários", disse Rui Veloso à Lusa, realçando que Prince "é uma perda muito difícil, um músico incontornável, um superdotado, completo em todas as áreas".
O Prince "mexia-se do funky, do mais funky dos funkies, do mais puro, para a soul music, a pop, o jazz, os blues, com uma facilidade... Mexia-se no meio dos estilos, com uma mestria absolutamente inigualável".
O músico e compositor norte-americano Prince morreu hoje, aos 57 anos, revelou o sítio de notícias norte-americano TMZ, tendo a informação sido confirmada pela agente do cantor.
"O Prince era um músico perfeito, tudo aquilo era perfeição, mas uma perfeição sem ser gélida, era uma perfeição com o coração, ele era uma muito, muito intuitivo e com um 'feeling' absolutamente extraordinário, que lhe vinha certamente da grande música negra, de que ele é um dos maiores representantes de sempre", afirmou.
"Prince era um músico absolutamente irrepreensível, foi sempre para mim um exemplo".
"É um tipo que influenciou uma geração, mas ele é inigualável, porque ele é inimitável, a maneira como ele compunha, a destreza que ele tinha numa série de instrumentos, era multi-instrumentista, tocava tudo bem, o cuidado que ele tinha nas produções, os arranjos absolutamente extraordinários dele", afirmou.
Veloso realçou os músicos com que Prince tocou. "Ele tinha de tudo naquelas bandas, homens, mulheres, absolutamente irrepreensível".