Uma segunda "plateia" improvisou-se esta noite em Coimbra para escutar a banda U2, no exterior do estádio onde decorreu o concerto.
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Largas centenas de pessoas concentraram-se no relvado anexo a uma urbanização fronteira ao Estádio Cidade de Coimbra, e sentados, de pé, ou deitados, não arredaram daí enquanto o concerto não terminou.
Aproveitaram o declive do terreno, e no termo o muro que o delimita, para criar uma espécie de anfiteatro espontâneo, onde todos se encontravam sentados, muitos deles a recorrerem a caixas de pizza que horas antes os fãs acumularam, após o jantar, num dos extremos.
Instalaram-se estrategicamente no enfiamento de uma área de descontinuidade da bancada do estádio, de onde a voz do Bono, o líder da banda, se escapava mais cristalina. Por vezes, também daí emergiam uns feixes de luz do palco, a quererem estender a envolvência aos que no exterior ampliavam o espectáculo.
Aqueles que não conseguiram lugar nessa parte central da "plateia", juntavam-se-lhes de pé, formando uma espécie de "guarda de honra" de cada um dos lados.
Alguns, poucos, criavam pequenos grupos de convívio, que se iam distribuindo pelas faldas do relvado.
Contrariamente à euforia que se adivinhava do interior do estádio, a "plateia" alternativa optava por uma audição mais meditativa, trauteando os versos cantados pelo Bono. Por vezes também uns trejeitos de dança se soltavam.
Eram de todas as idades, crianças, jovens, adultos, e também idosos. Até alguns bebés, em carrinhos de mão, ou ao colo, pareciam encontrar na música dos U2 o embalo para um bom repouso.