Os realizadores Gonçalo Almeida e Mário Veloso estarão, esta sexta-feira, na cidade a acompanhar a exibição dos seus filmes.
Corpo do artigo
A partir desta sexta-feira, o centro histórico de Viseu vai encher-se de cinema, com o início da segunda temporada do short/age - Shortfilms for a New Age e do regresso à atividade do Cineclube local. Depois de 21 sessões, em 2021, de com exibições de curtas-metragens; leituras de argumentos e até um concerto, o festival internacional de curtas-metragens short/age volta a apresentar filmes à competição, até fevereiro de 2023 - e, segundo a organização, foram recebidas mais de 300 submissões, de cineastas de 73 países.
Na primeira sessão de 2022, esta sexta-feira, dia 9, serão exibidos "A Rapariga de Saturno" uma curta-metragem de Gonçalo Almeida na qual se conta uma viagem pelas memórias da adolescência de um homem, de uma forma particularmente invulgar; e ainda "Fora da Bouça", outra obra que aborda as reminiscências da memória, do realizador Mário Veloso.
Os realizadores estarão presentes na sessão, que se realiza na Incubadora do Centro Histórico, a partir das 22 horas. Ambos os filmes foram selecionados ou premiados em festivais de cinema internacionais. "A rapariga de Saturno", por exemplo, venceu, no mês passado, o Prémio para melhor curta de ficção científica/fantasia no Ravenheart - Festival Internacional de Cinema de Oslo, na Noruega. Foi também nomeado, em junho, para os prémios Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema.
Já o filme "Fora da Bouça" fez parte da seleção oficial, na edição de Julho deste ano, do Stockholm City Festival, na Suécia. No ano passado, a curta teve ainda uma menção honrosa no Prémio Pedro Fortes para Melhor Filme Português nos Verdes Anos, no DocLisboa. O terceiro filme da sessão deste sexta-feira do short/age será "Life On The Move", do realizador britânico Osbert Parker, uma obra selecionada nas mais de três cententas de filmes submetidos à competição.
As sessões são gratuitas, mas sujeitas à lotação da sala, pelo que se recomenda reserva do lugar no site do projeto, em www.shortage.online. Até fevereiro do próximo ano, estão planeadas quase uma dezena de sessões de competição; extensões de alguns dos mais reconhecidos festivais de curtas portuguesas, sessões de leitura e discussão de argumentos e a publicação de oito novos guiões.
Já o Cineclube de Viseu reinicia as sessões de cinema, depois da pausa de verão, num ciclo a que dá o nome de Retoma, dedicado ao cinema inédito comercialmente em Viseu. As sessões de cinema estão agendadas para as 21h das quintas-feiras, de 15 de setembro a 6 de outubro, no Cine Clube de Viseu e a entrada para menores de 18 anos continua a ser gratuita - assim como continuam os preços especiais para estudantes, para associados do Cine Clube de Viseu e da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) e também para os amigos do Teatro Viriato.
O primeiro destes filmes recém-estreados será "Vortex'" de Gaspar Noé. Este realizador é autor de "filmes de culto como 'Irreversível' (2002) e 'Enter the Void' (2009)" e, com 'Vortex', "volta a sua câmara para o dia-a-dia de um casal de idosos a viver em Paris, enquanto lidam com a progressão das suas doenças e a inexorável passagem do tempo", descreve o Cineclube em comunicado. 'Vortex' foi considerado Melhor Filme em festivais de cinema de San Sebastian, Ghent, Hamburgo e Istambul 2021.
Segundo o documento, segue-se "um périplo por três obras aclamadas", como "Um outro mundo" (dia 29), um "novo filme do 'habitué' da casa Stéphane Brizé", autor de A Lei do Mercado e Em Guerra. Uma das outras obras é "uma nova incursão ao cinema iraniano" pela mão de Saeed Roustaee, com "A Lei de Teerão" que conta a história de "Samad, um polícia na brigada de narcóticos em Teerão, cidade iraniana muito afetada pela toxicodependência".
O terceiro filme em destaque pelo Cine Clube de Viseu é "Um iaque na sala de aula", de Pawo Choyning, "uma viagem inaugural ao cinema do Butão - que teve em 2022 a sua estreia nos Óscares", com a nomeação para o Melhor Filme Internacional. A película conta a história de "um jovem professor da zona moderna do Butão que sonha ir para a Austrália e tornar-se cantor e, como castigo pela sua falta de sentido cívico, os seus superiores colocam-no a dar aulas na aldeia mais remota dos Himalaias".
Também em setembro, refere a coletividade, retomam as atividades com escolas da região e, para isso, estão já "as inscrições abertas para atividades do pré-escolar até ao ensino superior". O Cine Clube de Viseu sublinha que, entre as várias iniciativas possíveis de realizar nas instituições de ensino, estão "oficinas de cinema, sessões de cinema, ou projeções em sala de cinema, e análise de filmes".