Começou como manequim, passou pelos "Morangos Com Açúcar", já é estrela de telenovelas. Na televisão, está em cena com "Podia Acabar o Mundo" e vai ser de novo vista em "Os Amores de Salazar".
Corpo do artigo
E agora, Cláudia Vieira arrasa em dois filmes, "Contrato", já em cartaz, onde faz de enfermeira ingénua que afinal é uma mulher fatal, e "Second Life", a estrear na próxima quinta-feira, e onde é uma manequim, a mulher de uma das duas vidas do protagonista. Sem tabus e uma extrema simpatia, falou-nos da sua carreira, agora que está a poucos meses de se tornar uma mulher de 30 anos.
Para quem nunca tinha feito cinema, ter dois filmes em cartaz ao mesmo tempo é obra…
É uma emoção fortíssima. Mas gostava de saborear as coisas mais lentamente. Um filme foi feito em Fevereiro, o outro em Outubro. Não era suposto estrearem os dois em Janeiro. E há a novela que estou a fazer para a SIC. Gostava de ter um tempo para dedicar só ao cinema. Mas há que agarrar estas oportunidades.
Qual foi o maior desafio de passar do pequeno para o grande ecrã?
Não desiludir o Nicolau Breyner, que acreditou tanto em mim. Nunca tinha feito cinema nem tinha contracenado com o Nicolau, e escolher-me para o primeiro filme como realizador colocou em mim uma pressão muito grande. E uma vontade também de corresponder às expectativas. Outro grande desafio foram as cenas de exposição física.
Como é que lidou com esse problema?
Sempre tive dificuldade em mostrar-me despida. Foi suficiente para questionar se seria a pessoa certa para interpretar a Júlia, no "Contrato". Mas o Nicolau disse-me que tinha a certeza que eu era capaz. No "Second Life" o grande desafio é ser italiana. Tive de aprender a falar italiano, no meio das gravações de uma novela.
Com qual das duas personagens é que mais se identifica?
Acho que sou muito esta Cláudia, do "Second Life". Até porque é manequim, o que eu era antes de começar a representar, ou o que sou ainda. E a relação que ela tem com a família, neste caso com o pai. Quase que abdica do amor da vida dela pela família. Eu também sou muito ligada à família. E há o gosto de viajar, o ser namoradeira…
A geração dos "Morangos Com Açúcar" começa a dar os seus frutos, em termos de actores e actrizes capazes de dar o salto para outros projectos…
Sem dúvida nenhuma. Foi uma etapa da minha vida em que ficou claro o que queria fazer. Sempre fui um bocadinho à deriva, agarrava as oportunidades que iam surgindo. Como gostei da experiência, quis ganhar outras ferramentas. Aprendi bastante e as coisas não podiam correr melhor. Penso que a minha carreira tem tido uma evolução muito simpática.
Acha que estes dois filmes vão mudar a imagem que os portugueses têm do cinema que se faz por cá?
São dois filmes totalmente diferentes. No "Contrato" tivemos de mudar muitas coisas por falta de tempo e de dinheiro. O "Second Life" é um filme muito semelhante ao que procuramos quando vamos a uma sala de cinema. Tem ritmo, como o "Contrato" também tem, uma banda sonora excelente. Vai ser um marco no cinema português.
Voltando às cenas mais ousadas, o facto de ter feito produções de roupa interior ajudou-a nesses momentos?
Foi muito complicado. Parecia que estava a mostrar como é a Cláudia na intimidade, e isso perturbou-me. Por aquilo que conheço de mim, se não tivesse trabalhado como manequim ia ser drástico. Nos desfiles visto-me e dispo-me, mas os olhos nunca estão postos em nós, é tudo muito rápido. E estou em cueca e soutien. Não tenho qualquer problema em mostrar o meu físico, desde que determinadas partes estejam tapadas.