"Confronto de famílias disfuncionais, amores impossíveis e diferenças culturais". Eis, de forma genérica, os ingredientes com que a TVI vai atacar o horário das 22.30 horas, com a nova novela "Jogo Duplo", que se estreia esta segunda-feira no canal, para suceder à recém-terminada "A Impostora".
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Se pensarmos bem, não são ingredientes muitos diferentes de todos os enredos do género de ficção mais popular na televisão portuguesa, mas são eles que dão o mote para a nova aposta do canal.
Artur Ribeiro, autor da história, garante que esta "é uma história muito portuguesa, mas também universal". "É uma reflexão sobre a condição humana, sobre o que nos faz ser bons ou maus, sobre o que nos faz amar ou odiar, sobre o que nos faz mudar ou ficar na mesma, sobre o que nos traz felicidade e sobre o que nos entristece", afirma ao JN.
O guionista concede, ainda assim, que "Jogo Duplo" é "uma história de amor clássica: de um amor contra tudo e contra todos, incluindo os conflitos interiores que todos têm quando amam ou quando procuram o amor". O autor deixa, porém, um aviso: não esperem personagens lineares. "Vamos ter pessoas boas que cometem atos menos bons e pessoas más que são capazes de alguma redenção".
Produzida pela Plural, a novela conta no elenco com nomes consagrados como Diogo Infante, Fernanda Serrano, Maria Emília Correia, Rui Mendes ou João Lagarto, entre outros.
Gravada em Macau, Tróia e Setúbal, "Jogo Duplo" conta a história de duas famílias: a Barbosa, dividida entre o estatuto do poder e da riqueza e a tentação para o escândalo e a traição, e a Guerra, hoje arruinada, mas preparada para voltar aos tempos áureos.
TVI acelera nas audiências
No xadrez da audimetria, as últimas peças movimentadas pela TVI, na rentrée televisiva de setembro, revelaram-se fundamentais. Não será um xeque-mate, mas "A Herdeira", a novela das 21.30 horas, estreada na TVI a 24 de setembro, veio dar uma sacudidela nas audiências.
A novela protagonizada por Rita Pereira, Kelly Bailey e Lourenço Ortigão regista até ao momento uma média de 1,4 milhões de espectadores por episódio, correspondentes a 30,3% de quota de mercado, de acordo com os dados da GfK analisados pelo JN. Um crescimento de cerca de 120 mil espectadores em relação à sua antecessora, "Ouro Verde", que fechou 2017 com 1,3 milhões de "rating" e 28,4% de "share".
A grande diferença é que enquanto a TVI cresceu com a sua mais recente aposta, a SIC caiu e muito. O fim de "Amor Maior" e a chegada de "Paixão" trouxe problemas para o canal de Carnaxide no principal horário da ficção.
A primeira registou uma média de 1,3 milhões (ou seja, equiparada à sua congénere da TVI, "Ouro Verde", num registo de alternância diária nas vitórias), enquanto a sua substituta, que arrancou a 2 de outubro, não vai além de 1,1 milhões de espectadores diários (24,3%). Há, portanto, cerca de 300 mil pessoas que preferem a principal novela da TVI à sua homóloga da SIC.
No segundo horário da noite, às 22.30 horas, o cenário é mais equilibrado. "A Impostora", que se despediu dos espectadores para dar lugar a "Jogo Duplo", registou, segundo os dados da GfK, a empresa que mede o consumo televisivo em Portugal, 860 mil espectadores em média. Já "Espelho de Água", a novela que a SIC exibe à mesma hora, consegue 840 mil seguidores por episódio. Veremos com a nova novela da TVI se encaixa neste tabuleiro de xadrez.