Uma viagem mágica pela mitologia grega e os amores fatais

As Marionetas do Porto, em parceria com o encenador chileno Roberto Merino,  dão nova vida ao mito "Orfeu e Eurídice", numa adaptação encantadora que promete tocar no coração dos espectadores. O espetáculo está em cena no Teatro de Belomonte, no Porto, até dia 7 de julho. 

Merino propôs este desafio artístico às Marionetas do Porto como homenagem a João Paulo Seara Cardoso, fundador da companhia. Mais do que uma simples peça, o espetáculo é também um tributo à resiliência e capacidade de superação da companhia após a perda de Seara Cardoso, que morreu em 2010 com 54 anos.

Baseada nos versos das “Metamorfoses” de Ovídio, esta versão de “Orfeu e Eurídice” mergulha no amor trágico entre os protagonistas. A narrativa enfatiza momentos como o matrimónio que celebra a união entre os dois, bem como a evocação da morte de Eurídice e o desígnio de resgatar Orfeu “da tutela” de Hades, deus do submundo e do reino dos mortos.

O encenador confessa que “o grande desafio é sempre a manipulação, uma vez que se trata de bonecos e é necessário encontrar, em conjunto com o ator que o manipula, a alma do objeto”. Roberto Merino explica ainda que “o texto retrata uma paixão juvenil”, mas que a mensagem que pretende transmitir é de “superação e de desafio”.

Banda sonora especial

Com cenários deslumbrantes e marionetas criadas com tecnologia de impressão 3D, os detalhes cénicos são de encher o olho. Mas não é só a dimensão cenográfica que foi reforçada; a música é mais uma estrela neste espetáculo.

Orfeu, com a sua lira encantadora, promete hipnotizar o público, tal como fez no mito. A banda sonora inclui também composições originais de João Lóio e referências ao compositor clássico Christoph Willibald Gluck, criando uma atmosfera sonora que amplifica a emoção da narrativa.

A peça estará em cena no Teatro de Belomonte, no Porto, até ao dia 7 de julho, com récitas de quinta a sábado às 19 horas, e aos domingos às 16 horas.