Três sábados, três locais secretos, seis espetáculos. Regressa amanhã o festival rural de rock de Braga.
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Está a dez quilómetros do centro de Braga, tem pouco mais de mil habitantes e, habitualmente, ao som dos passarinhos junta-se apenas o barulho dos tratores e dos estudantes que frequentam o colégio Alfacoop. Na freguesia de Ruilhe, em Braga, a comunidade estranhou que um grupo de jovens da terra montasse ali um festival de rock, em 2015. Mas, seis anos depois, o Rodellus entranhou-se de tal maneira que, no último verão, com a pandemia a impedir grandes eventos, houve quem lamentasse "a falta do barulho" dos festivaleiros.
Amanhã, eles vão voltar para três sessões de concertos, com três datas, em locais secretos.
David Bruno e Hause Plants serão os primeiros artistas a descobrir um dos três palcos-mistério. The Twist Connection e os Grand Sun chegam a 31 de julho e, na terceira data, a 7 de agosto, é a vez dos Black Bombaim e Krypto.
"Este ano é à desbrava, porque são três locais distintos, secretos, para onde as pessoas serão levadas através de um passeio rural. São três sábados em que mantemos o espírito do campo, com certas contingências por causa da pandemia", afirma Hernâni Silva, presidente da associação Rodellus, organizadora do evento.
Ponto de encontro
Dependendo da sessão, quem comprou bilhete poderá ter o Centro Social Padre David, a igreja ou o Largo 25 de abril como ponto de encontro, às 16.30 horas. Depois, é seguir caminho ao estilo de uma visita guiada. "Vamos contando histórias de Ruilhe, enquadrando com história do Rodellus, queremos falar das gentes daqui e será distribuído um kit", diz o responsável.
Os concertos começam às 17.30 horas e devem prolongar-se até às 20 horas. Não há campismo, nem praça de alimentação, mas estão garantidas bebidas em take-away. Quem não conseguiu bilhete para ir ao campo - as três datas estão esgotadas -, pode acompanhar os espetáculos na página do Facebook do festival, em live streaming. "É gratuito e só apelamos a um donativo para a União Audiovisual", elucida João Araújo, da organização, falando de um cartaz "mais variado" do que o habitual.
"Nunca fomos fechados a estilos, mas concentramo-nos sempre no rock e as suas variantes. Este ano, temos um primeiro dia mais pop, o segundo dia com mais rock and roll e o terceiro dia roça o metal", sintetiza João Araújo que, em 2015, esteve com Hernâni Silva e Tiago Pereira, entre outros jovens, na reativação da Associação Cultural e Recreativa de Ruilhe, que viria a apoiar o primeiro ano do festival. "Depois, criamos uma associação Rodellus, dedicada à cultura e ao ambiente", conclui o presidente.