O artista austríaco JJ, vencedor da última edição da Eurovisão, lamentou que Israel ainda esteja no concurso, apesar da sua ofensiva em Gaza, e disse que gostaria de ver a exclusão do país, numa entrevista ao jornal espanhol "El País" publicada nesta quinta-feira.
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O concurso de canções idealizado pela União Europeia de Radiodifusão (UER) tem sido muito criticado por permitir a participação de Israel, apesar da guerra devastadora na Faixa de Gaza. A Rússia não tem permissão para participar desde que iniciou a sua invasão da Ucrânia em 2022.
"É muito dececionante ver que Israel continua a participar no concurso. Gostaria de ver a Eurovisão no próximo ano em Viena e sem Israel. Mas a bola está no campo da UER", disse o cantor de 24 anos. "Nós, os artistas, só podemos levantar as nossas vozes sobre o assunto", acrescentou.
JJ, o nome artístico de Johannes Pietsch, também pediu "mais transparência na votação pela televisão", depois que a cantora israelita Yuval Raphael conquistou o segundo lugar.
A concorrente israelita sobreviveu ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 que desencadeou a guerra em Gaza, escondendo-se sob uma pilha de corpos durante o ataque dos milicianos islamistas no festival de música Tribe of Nova, no sul de Israel, onde mataram centenas de pessoas.
As declarações de JJ geraram controvérsia na Áustria, um dos maiores apoiantes de Israel na Europa, e o cantor pediu desculpas se os seus "comentários foram mal interpretados".