Alunas de Secundário criam tiras que detetam bebidas alteradas e disputam prémio internacional
Sofia, Maria, Carlota, Joana e Raquel têm entre 17 e 18 anos, são alunas de Ciências e de Economia, em Lisboa, e disputam esta quarta-feira, 2 de julho, prémio internacional de empreendedorismo por terem criado a Cindy-Up, tiras portáteis que detetam bebidas adulteradas com substâncias ilícitas.
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A adulteração de bebidas com substâncias ilícitas, sobretudo em saídas noturnas, com o propósito de vulnerabilizar as eventuais vítimas levaram as alunas do secundário do Colégio de Santa Doroteia, em Lisboa, Joana Rodrigues, Carlota Pereira, Raquel Almeida, Sofia Sousa e Maria Ramos a criarem a Cindy-Up – Wake Up, Cinderela. 'Acorda, Cinderela”, em tradução literal, tem o propósito de detetar eventuais drogas colocadas por estranhos em bebidas, evitando riscos de vitimação, e o projeto nasceu no âmbito da disciplina opcional de empreendedorismo e inovação social, no programa Inspira-te, Faz e Cria (IFC). “Tivemos a ideia em setembro e começamos a desenvolver em outubro”, começa por contar Joana Rodrigues.
O quinteto está neste momento em Atenas, na Grécia para, em nome de Portugal e na categoria de Ensino Secundário, garantir o primeiro lugar do Gen-E 2025, cujo vencedor será conhecido em breve. O voto do público ainda decorre, pode fazê-lo aqui, mas a ideia tem já um histórico de vitórias, tendo conquistado, ao abrigo do projeto A Empresa, da Junior Achievement Portugal, o primeiro lugar na distrital Junior Market e o Nacional Gen-e Portugal, sendo escolhidas entre 26 participantes.
Segue agora para reconhecimento internacional, na categoria de Innovaton Challenge Secundário.
Neste momento, Joana Rodrigues conta à Delas.pt que, “com a ajuda da professora de Biologia está já encontrado o elemento químico que vai ajudar a detetar a droga presente na bebida, há já protótipos que mostram como as tiras funcionam e quais os efeitos na prática” e “há já uma empresa interessada nesta ideia”.
O dispositivo Cindy tem a dimensão de “um batom”, que carrega lá dentro “seis tiras biodegradáveis de deteção rápida nas bebidas”, podendo ser transportada num porta-chaves e levado para qualquer lado sem peso extra. A tecnologia garante resultados em segundos, detetando as substâncias ilícitas frequentemente utilizadas para adulterar bebidas.
“O Cindy foi criado para promover a segurança, o bem-estar e a autonomia dos mais jovens, contribuindo para ambientes de convívio mais seguros e conscientes”, referem as autoras da ideia, que acrescentam: “A inspiração veio da realidade: ouvimos demasiadas vezes falar da chamada bebida "boa noite Cinderela". Quisemos inverter essa narrativa e criámos a CINDY-UP – “Wake up, Cinderela”, uma resposta ativa e consciente que alia segurança à sustentabilidade, promovendo noites mais seguras e responsáveis.”