
PSP prepara campanha para lançar na véspera das viagens de finalistas, em março de 2026
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Apesar de não haver dados nacionais sobre os casos de adulteração de bebidas com o propósito de deixar as vítimas inconscientes, fazendo com que percam o controlo sobre o seu próprio corpo, conhecido por "spiking", a PSP alerta que as mulheres são as maiores vítimas. Autoridade prepara campanha a tempo das viagens de finalistas do secundário.
Sair à noite e perder de vista o seu copo é cada vez mais um risco uma vez que a adulteração de bebidas por parte de estranhos com o propósito de vulnerabilizar as vítimas para depois abusar sexualmente delas, fenómeno conhecido por spiking, tem vindo a gerar crescente preocupação.
A Policia de Segurança Pública (PSP) diz "não ser possível apurar o número exato de denúncias deste tipo de comportamentos, uma vez que existe uma série de tipificações criminais diferentes enquadráveis nos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual". No entanto, prossegue a autoridade em declarações por escrito à Delas.pt, "é possível afirmar que a maioria das vítimas é do sexo feminino".
A PSP sublinha que "a adulteração de bebidas não é um crime tipificado no Código Penal, mas sim uma conduta enquadrável nos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, especialmente quando o suspeito recorre a este método para incapacitar a vítima, tornando-a inconsciente do que se passa à sua volta e fazendo com que perca o controlo do seu próprio corpo, praticando assim atos sexuais de relevo com a vítima sem o seu consentimento".
O trabalho feito em torno da "sensibilização para esta problemática" tem tido lugar "nas redes sociais e também junto da comunidade escolar, através do Programa Escola Segura, com o objetivo de alertar para a prática deste tipo de comportamentos, relembrando que os mesmos constituem crime, apelando à sua denúncia e promovendo medidas de autoproteção para as vítimas".
Para já não estão previstas campanhas para alertar para a problemática do spiking, mas a PSP refere, na mesma resposta por escrito, que "este tópico será abordado na operação nacional Vive na Real - Não na Dependência, que irá decorrer entre os dias 9 e 27 de março de 2026", com especial enfoque em "turmas do ensino secundário que tenham viagens de finalistas programadas". Nesta fase será abordada a "questão da prevenção dos comportamentos de risco e aditivos, nos quais se insere a adulteração de bebidas e as suas consequências para agressores e vítimas".
Numa mensagem final, a PSP "apela à denúncia de crimes deste teor (e de qualquer outro) e relembra que a culpa não é de quem sai à noite para se divertir, mas sim de quem sai à noite com o intuito de se aproveitar de quem se está a divertir".

