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A temporada das festas é das mais adocicadas do ano e, claro, calóricas. Tirando os fritos, campeões antidieta, há iguarias que parecem mais pacíficas do que outras. Embora o momento não esteja para restrições alimentares, é sempre importante saber o que come
Não há Natal sem doces típicos da quadra. E embora as preocupações se virem para as dietas, nesta altura do ano esta empreitada fica sempre mais desafiadora. Ainda que os especialistas lembrem a importância de aliviar restrições em época festiva e com a família e amigos, a recomendação é para ter algum controlo sobre as quantidades ingeridas. "É natural consumir mais nesta época, compreender a composição dos doces permite gerir porções e evitar excessos prolongados. A regra de ouro é simples: não se trata de proibir, mas de equilibrar", aconselha a nutricionista Joana Martins.
Mas como resistir a tanta diversidade? Não será fácil, é certo, mas saber o índice calórico médio dos doces típicos de Natal talvez ajude a decidir o que privilegiar. A especialista lembra que "saborear os favoritos continua a ser possível, desde que com moderação consciente e aceitar que a nossa alimentação nos dias seguintes às festas têm de voltar à rotina normal e saudável".
Sabendo que os fritos lideram geralmente a lista dos doces mais calóricos e menos saudáveis, os outros - aparentemente mais pacíficos - também têm os seus desafios. "Há várias iguarias tradicionais que, mesmo sem passarem pela frigideira, apresentam valores calóricos consideráveis", afirma a nutricionista Joana Martins.
Nutricionista Joana Martins traça o perfil calórico das iguarias típicas do Natal [Foto:: @joana.martins.nutricao]
Entre estes, a nutricionista faz uma revelação: "Entre os clássicos, o Bolo-Rei, com cerca de 350 a 420 kcal por 100 gramas, deve o seu valor energético ao açúcar, às frutas cristalizadas e aos frutos secos. Já o Bolo-Rainha, que não possui as frutas cristalizadas, mas reforça a dose de nozes, amêndoas e passas, pode atingir 420 a 470 kcal por 100 gramas, tornando-se muitas vezes mais calórico do que o Bolo-Rei".
E o mais amigo das dietas?
A aletria e o arroz-doce estão entre os doces que somam menos índice calórico por cada 100 gramas, ainda assim em valores "não negligenciáveis", como refere a nutricionista. Ao detalhe, Joana Martins detalha que a primeira "fornece em média 160 a 220 kcal por 100 gramas" e a segunda "varia entre 150 e 200 kcal para a mesma quantidade. Porém, ressalva: "Em porções típicas servidas à mesa entre 120 e 150 gramas, estes valores podem facilmente ultrapassar as 250 kcal."
Se não consegue deixar os fritos nem por nada, então Joana Martins deixa alternativas. "As rabanadas de forno variam entre 180 e 240 kcal por 100 gramas, dependendo da quantidade de calda ou açúcar utilizada".
Do outro lado da tabela estão os doces mais "densos em energia" com o Tronco de Natal a dominar a pódio. "Ronda 350 a 450 kcal por 100 gramas, podendo ultrapassar esse valor quando preparado com ganaches ou cremes de manteiga", justifica Joana Martins. E prossegue: "A torta de amêndoa, outra presença habitual nas ceias festivas, apresenta um teor calórico elevado devido à combinação de açúcar, ovos e frutos secos, situando-se entre 400 e 480 kcal por 100 gramas e o cheesecake, cada vez mais comum nas celebrações, varia entre 300 e 400 kcal por 100 gramas, dependendo do recheio e da cobertura". Destaque também para o tradicional bolo inglês que, por ser "rico em frutos secos e frutas desidratadas, apresenta valores na ordem das 350 a 420 kcal por 100 gramas".
No caso dos bolos mais simples, os caseiros, estes ficam-se "normalmente entre 250 e 340 kcal por 100 gramas". "O bolo de maçã situa-se entre 220 e 300 kcal, representando opção relativamente mais leves", refere Joana Martins.
"Pecamos mais quando compramos em demasia"
Se os níveis de açúcar são um desafio nesta altura do ano, Joana Martins vinca que "acabamos por pecar mais quando compramos em demasiada e as 'sobras' fazem com que o Natal se prolongue uma semana a comer os restos da ceia".
Joana Martins convoca atenções para "refeições menos calóricas e nutritivas nos dias seguintes" e diz que podem ser uma solução possível para "ajudar a 'compensar' os excessos e tirar aquela sensação de inchaço por comermos em demasia". Por fim, importa "beber muita água e manter o exercício físico é também muito importante nesta altura do ano", recomenda.

